Uma das mais conhecidas casas de bem comer da cidade de Évora, com tradição de bom serviço e uma cozinha de elevada qualidade. Ao fim-de-semana, convém fazer reserva.
Bar/Sala de espera: BarFoi um amigo do “pêto”, em boa pronúncia alentejana que rematou a questão da denominação do restaurante. Em jeito do prolongamento do nome da rua, Travessa de Janeiro, com o mais bonito luar do ano, segundo se diz, nasceu o nome da casa. De aparência discreta, é uma das direcções gastronómicas mais famosas de Évora. Porém, quem vem pela primeira vez, precisa estar apetrechado de indicações.
Mas compensa, porque o Alentejo é guloso e aqui come-se muito bem. Casa feita a pulso, arregaçaram mangas os proprietários André e Olívia Prates, um casal que há cerca de trinta anos estava na flor da idade. Naquele tempo o fogão era pequeno e a carne rija por isso ficava toda a noite ao lume. Lembranças de um tempo que já lá vai.
A sala é pequena, adjectivo que igualmente se refere à cozinha. Poucos se podem sentar aqui simultaneamente. Trinta para precisar. Sem luxos, o serviço é familiar e eficaz, mais uma razão a juntar à principal, a qualidade dos pratos elaborados. Prova disso são os vários prémios que o restaurante já arrecadou em concursos e festivais gastronómicos.
Correndo o risco de ficar sem apetite para o prato principal, as entradas, acompanhadas de bom pão alentejano, são um cocktail de boas-vindas. Serve de exemplo o presunto, melão fresco, pimentos assados, figos, coelho à São Cristovão e outros petiscos de trás da orelha. Este é sem dúvida um dos pontos fortes da casa.
Na temporada certa e sempre que for a altura, produtos sazonais que originam sabores tradicionais alentejanos como as migas. O que quer que se peça fique-se com a garantia que as matérias-primas são rigorosamente seleccionadas e preparadas.
Nos pratos, muito bem servidos, é rainha a sopa de cação e rei o porco preto. Façam-se as devidas honras ainda à sopa de peixe, aos pézinhos de coentrada com sopas de pão, ao cherne à espanhola e às bochechas de porco preto no forno. A isto se juntam os vinhos.
São cerca de 70 rótulos, com uma notória predominância dos alentejanos. A excepção da lista é entregue a grandes colheitas que honram qualquer carta. Quinta da Viçosa, Scala Coeli e Pêra Manca, são apenas algumas das melhores marcas.
Só para ficar com um cheirinho, a doçaria, igualmente feita no Luar de Janeiro, é fiel ao que é costume fazer-se no Alentejo. Sericaia com ameixas é uma boa escolha. É como diz o provérbio popular, “Luar de Janeiro não tem parceiro. Lá vem o de Agosto que lhe dá no rosto.”
REPORTAGEM ACTUALIZADA EM JUNHO DE 2009