A Diva fica nervosa com o futebol mas ao longo do próximo mês é complicado fugir à coisa. Mais vale estar preparada e minimamente equipada. Sim, há mínimos, dados básicos que é importante dominar. Como habitual, a magnânima Diva esclarece.
Se há coisa que me deixa deprimida são os sons que emanam de um jogo de futebol. O relato, as claques, o apito do árbitro, fazem-me ficar deveras nervosa. Apesar de não conseguir explicar porquê, o que é certo é que me remetem para situações desagradáveis, auras impercetíveis de mau estar. Sou um pouco drástica, eu sei, mas é esta a relação que mantenho com o futebol. Contudo, quando se trata da seleção nacional, o sentimento é diferente. Naturalmente que aprecio que Portugal vença em tudo. Lembro-me quando chorava quando a equipa da Amadora não ganhava nos Jogos sem Fronteiras. Era muito triste, não era?
Talvez o facto de nunca ter sido mulher de grandes amizades masculinas, não ajude. Nunca tive “maninhos”que gostassem de gajas e que me incentivassem a explorar o mundo das coisas dos homens. Para mim, o futebol insere-se nesta esfera. Na esfera impenetrável dos machos. Onde os códigos de conversação incluem termos como penalty, falta e claro, golo.
Apesar de não me incomodar muito com esta minha ignorância, considero que uma verdadeira Diva brilhará mais se souber algumas coisas sobre o meio futebolístico. Especialmente se pretender acasalar com um macho, daqueles dignos, que vibram com o Europeu.
Se, porventura, o caramelo vos convidar para assistirem a um jogo do Euro, sugiro que cumpram os seguintes mínimos:
. Compareçam com a t-shirt da seleção vestida. É permitido dar o belo do nozinho para não perderem o ar da vossa graça. Ouvi dizer que para alguns homens o equipamento no feminino é uma espécie de fetiche. E como a t-shirt é vermelha, cai muito bem com uns red lips. Não serão permitidas bandeirinhas na cara por motivos óbvios. As meias eu também dispensava. Contudo, com umas ligas podem originar um fantástico ramalhete.
. Assim que o jogo inciar, por favor não se esqueçam de fixar a baliza de Portugal. Em tempo algum devem festejar o golo da equipa adversária. É de muito mau tom e irá queimar-vos para sempre. Uma nota relevante, depois do intervalo diz que muda de lado. Atenção!
. Gritar “Portugal! Portugal!” é aceitável e pode ser bem entendido. Contudo, dentro de um volume razoável e nunca a mastigar tremoços em simultâneo. Estou certa que não querem parecer um troglodita. Estamos alinhadas?
. No intervalo, será simpático ir buscar umas cervejas ao pessoal. Além de dar aquele ar entusiasta, escusam de levar com a conversa sobre a primeira parte e de discutir coisas inglórias como a veracidade de um fora de jogo. Termo que até hoje, por mais que me tentem explicar, constitui uma fórmula indecifrável no meu cérebro. Acredito que possam estar num nível superior ao meu mas, ainda assim, sugiro que não dêm margem para falhas.
. Sempre que o dito vos perguntar “Então o que estás a achar do jogo?” Respondam, sorrindo, que o Cris é o maior. Sem que ele dê conta, de forma elegante e subtil, cria-se uma ponte para assuntos do vosso domínio, tais como: Será que ele é gay? Porque terá deixado a Irina? Mas quem é a mãe do Cristianinho? Voilá, estarão novamente como peixes dentro de água.
Se Portugal ganhar, a festa é garantida.
Aqui penso que não precisam de ajuda.
A autora e o blogue
O blog Divas em Apuros não é para quem quer, é para quem pode.
As Divas de Portugal têm finalmente um espaço para ler histórias dignas e relevantes.
É dedicado ao público feminino mas não julgará outros géneros. É pensado para quem assiste à Casa dos Segredos mas que não pode contar a ninguém. É também dedicado às meninas que nunca ganharam tão mal na vida mas que, ainda assim, continuam a ir à H&M duas vezes por mês.
É o blog para quem nasce Diva e morre Diva.
Basta de sermos humildes.
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Por Raquel Garção | Divas em Apuros 2016-06-08
