O Museu Nacional do Pão está instalado num edifício construído de raiz com os materiais da região, inserido num conjunto monumental e paisagístico harmonioso que integra alguns moinhos e padarias tradicionais recuperados. Trata-se do único museu do género da Península Ibérica e um dos poucos da Europa, possuindo cerca de 3.500 m2 de área coberta repartida por três pisos de exposição com percurso semi-orientado. O espaço pretende ser muito mais do que uma simples mostra de objectos ligados à história e ao fabrico do pão, procurando também afirmar-se um espaço vivo de preservação dessa memória fundamental da região e do país, feita de saberes e ofícios, que de outro modo se poderiam perder. É por isso que aqui o visitante pode descobrir as técnicas de fabrico e até fazer o seu próprio pão.Dos objectos já recuperados para o museu destaca-se, por exemplo, uma das primeiras enfardadeiras mecânicas nacionais. O espólio, distribuído por várias secções, inclui ainda a reconstituição de uma antiga padaria tradicional, com mobiliário e objectos do início do século XX, a mostra de alfaias, cerâmica, numismática e iconografia. Quem visitar o museu poderá ainda saborear as iguarias servidas no restaurante, visitar a biblioteca e adquirir os produtos tradicionais da região da serra da Estrela na mercearia (espaço que recria a atmosfera das mercearias antigas). As crianças têm uma sala só para elas, o Mundo das Crianças, onde se realizam espectáculos de animação relativos às tradições do pão.
Dia(s) de Encerramento: SegundasÉ um alimento, isso é indiscutível, e é essencial à nossa alimentação, fazendo parte integrante de quase todas as refeições e, ao contrário do que sugerem a maioria das dietas para perder peso abruptamente, extremamente saudável e aconselhável até para quem procura manter a linha.
Agora, o pão como interveniente político, social e religioso? Como obra de arte e musa inspiradora, em simultâneo? Como instrumento pedagógico e objecto de investigação?
É verdade. Fomos ao Museu Nacional do Pão, em Seia, para conhecermos e darmos a conhecer aos leitores a sua adorável Mercearia Antiga, e trouxemos de lá um verdadeiro curso intensivo sobre o assunto.
Vamos a factos
O Museu do Pão foi inaugurado em Setembro de 2002, por iniciativa de um grupo de pessoas interessadas em promover alguns dos valores mais intrínsecos à nossa cultura, criando, ao mesmo tempo, um pólo de atracção turística na cidade. A Serra da Estrela ganhou, assim, mais um motivo de visita, que requer umas boas horas do dia para ser aproveitada ao máximo – horas muito bem empregues, diga-se desde já.
A recepção serve para organizarmos o nosso tempo, pois é aqui que tomamos conhecimento de tudo o que existe para ver.
Interrompendo por uns instantes aquela que seria a sequência mais lógica, chamamos a atenção para o Restaurante – ou, melhor, para o Centro de Investigação Gastronómica. Convém reservar mesa o quanto antes, uma vez que a afluência àquele espaço é avassaladora. Também, não é para menos, tendo em conta que nos espera um bufete de 22 entradas e 12 tipos de pães, seguido de um prato de peixe e outro de carne; a rematar, regresso ao bufete, desta feita para optar entre 12 sobremesas. Tudo confeccionado com ingredientes regionais e de acordo com os livros de receitas mais tradicionais.
Seja antes ou depois do repasto, a visita aos espaços museológicos é outro dos momentos altos do dia. São três temas: o ciclo do pão, o pão político, social e religioso e a arte do pão. Acrescem ainda um espaço lúdico-pedagógico, destinado aos mais novos, que aprendem e se divertem enquanto põem, literalmente, as mãos na massa, e um bar-biblioteca, onde podemos descontrair alguns instantes enquanto aprofundamos um pouco mais os nossos conhecimentos sobre este assunto.