Situada na aldeia do Pereiro, a Casa do Ferreiro é um espaço de objetos e memórias deste antigo mester que é ser ferreiro. A casa-museu tem uma exposição de vários objetos que pertenceram à profissão do ferreiro e exibe um documentário onde são revividas memórias ligadas à arte do ferro e fogo.
Horário de visita: Das 09:00 às 13:00 e das 14:00 às 15:00. No verão encerra às 15:30.A antiga oficina do ferreiro na aldeia de Pereiro, em Alcoutim, foi transformada num museu que conta a história e as tradições desta profissão secular. O mestre Chico já não lá mora, mas os utensílios, os sons dos malhos e as imagens do passado estão bem vivos nesta casa indissociável do imaginário local.
Entre o pequeno e emaranhado casario da aldeia de Pereiro, a casa do Ferreiro destaca-se. Despois de recuperado e transformado em museu, este edifício outrora esquecido tornou-se num dos mais belos e icónicos da povoação.
A fachada em xisto é a mesma de sempre, mas agora tem a companhia de duas imagens em ferro: uma camponesa e um burro, que fazem as honras da casa e despertam a atenção de qualquer visitante. Ao lado, um edifício anexo de linhas escorreitas mas modernas deixa entender que aqui resgatou-se o passado mas não se esqueceu o futuro, ou seja, tanto se ajuda os mais velhos a recordarem a sua meninice como se dá a conhecer aos jovens uma arte quase extinta.
E para isso, quem melhor que a filha do próprio mestre Chico para nos servir de cicerone? É com orgulho que Suzete Romba gosta de mostrar aos visitantes o antigo local de trabalho do pai – “a tenda”, como ele lhe chamava –, um dos últimos ferreiros de todo o nordeste algarvio
O ciclo do ferro passo a passo
Para lá de uma grande entrada em vidro, encontramos uma casa pequena e rasteira com chão e paredes de pedra. Já o teto é todo ele em cana, como se usava no início dos anos 40 do século passado, quando o mestre Chico se estabeleceu naquele local.
Ao primeiro relance a colecção museológica não é grande, mas cada uma das peças tem tanto para contar que podemos lá ficar 15 minutos ou algumas horas. E isto é o que está à vista, porque admirável é também a história da criação do museu, feita da tenacidade de Suzete Romba e do resto da população da aldeia que correram mundos e fundos para recolher o espólio e tornar o museu uma realidade.
Logo à entrada, avistamos dois painéis. Um sobre o “Ferro na História” e o outro sobre o “Ferro em Alcoutim”, cada qual com várias peças antigas de ferreiro. E assim ficamos a saber que uma e outra caminharam par a par, como provam os vestígios arqueo-metalúrgicos dos tempos pré-históricos (2.500 a.C) encontrados na região.