A anta foi transformada em capela no século XVII e a câmara do monumento original, em granito, constitui actualmente o átrio da ermida. Conservam-se vestígios do corredor e ainda é possível identificar a laje da cobertura e cinco esteios. No interior encontramos a imagem de Nossa Senhora do Livramento. Até há pouco tempo, a capela foi local de romarias. Segunda a tradição, na Segunda-feira de Páscoa, levava-se borrego assado para comer em volta da capela depois da missa rezada. Na Quinta-feira da Ascensão, era costume juntarem-se grupos de pessoas junto à capela que merendavam pela tarde fora. Até hà poucos anos, realizaram-se procissões à capela a pedir chuva. Segunda a lenda, a Senhora do Livramento e São Brissos tiveram um filho, mas São Brissos traiu-a com a Senhora das Neves. Em anos de seca, em que as populações querem chuva, vão buscar a Nossa Senhora do Livramento à capela e deixam lá o seu filho. Colocam-na na igreja de São Brissos de costas voltadas para o Santo, seu ex-amor. São as lágrimas que verte por estar longe do seu filho e perto de quem já não gosta que fazem com que chova. Existem pelo Alentejo e noutros locais do país exemplos de antas transformadas em local de culto cristão. Este tipo de monumentos é o testemunho vivo do modo como o cristianismo, no mundo rural, foi assimilando diversas tradições populares que conseguiram subsistir mas com outro nome. (Imóvel de Interesse Público)