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Vertigo Rocódromo Lisboa

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Inaugurado em outubro de 2014, o Vertigo Climbing Center é um equipamento de escalada indoor. Integra um café/esplanada com vista para o rio. Organiza festas de aniversário e tempos livres para crianças a partir dos 3 anos.

Dia(s) de Encerramento: Não encerra
Horário de Funcionamento: : De segunda a sexta, das 14:00 às 24:00. Sábado das 10:00 às 24:00. Domingo das 10:00 às 18:00.
Observações: Parque de estacionamento gratuito nas traseiras do edifício.
Serviços: Bar; casas de banho; chuveiros; balneários; aluguer de equipamento para escalada; cursos de escalada; aulas de yoga
Morada: Avenida Infante D. Henrique Edifício Beira Rio Fracção S
Código Postal: 1950 408 LISBOA
Tel: 967890179
E-mail: vertigoroco@gmail.com
Site: www.facebook.com/vertigoclimbing/
Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa
Freguesia: Marvila

Vertigo Climbing Center


A subir paredes


Ana Filipa Picoto

Boulder, pés de gato e fingerboard. Confusos? Também ficámos quando nos puseram em frente a uma parede com quase 5 metros e disseram “agora é subir!”. Se quiser experimentar escalada o melhor é juntar-se a quem percebe do assunto. Foi isso que fizemos e por isso fomos à Vertigo. Aprendemos os conceitos da escalada, observámos os peritos e acabámos o dia a trepar paredes.

O maior rocódromo de Lisboa (espaço indoor para fazer escalada) fica na Avenida Infante D. Henrique, perto da Praça 25 de Abril. Instalado entre um armazém e uma oficina de carros “do it yourself”, abriu portas há dois meses. A ideia, e o sonho, pertencem ao Tiago e ao Nuno, um bolseiro da FCT e um médico, ambos praticantes e fanáticos de escalada. Juntos, abriram o Vertigo implantado pela Walltopia, uma empresa búlgara líder mundial neste tipo de construções de escalada indoor.

Good Vibes

“Boa onda” é a expressão que nos vem à cabeça assim que entramos no Vertigo e somos acolhidos pela voz quente de Bob Marley. O espaço é na verdade um antigo armazém transformado num espaço moderno, fluído, onde o cinzento do betão contrasta com o vermelho escolhido para a estrutura à entrada. Um projeto arquitetónico desenvolvido pela jovem dupla formada por João Quintela e Tim Simon.

É neste primeiro espaço que funciona o bar. Não é uma área à parte mas sim o lugar onde a Vertigo recebe e se despede de quem por ali passa. Já cá voltaremos para retemperar forças.

Escalada ou Boulder?

Tiago Martins faz escalada há 11 anos e é um dos poucos monitores em Portugal certificado pela UIAA (União Internacional das Associações de Alpinismo e Escalada). Foi ele que nos explicou que o boulder, que se pratica na Vertigo, é uma das vertentes da escalada. Há outras como a escalada desportiva, a clássica ou a psicobloc.

O boulder é uma prática mais intensa, exige um esforço maior para subir uma parede de menor dimensão (entre os 4 e os 6 metros, habitualmente). De tal forma que, visto de fora, quase que assistimos à interpretação de uma coreografia fluida, uma espécie de dança ágil feita por quem já leva muitos anos de escalada.

Teoria dada, passemos à prática. A roupa confortável trazemos nós de casa, os pés de gato - calçado próprio para esta atividade – e uma bolsa com magnésio - pó branco que tira a humidade das mãos tornando-as mais aderentes – são ambos cedidos pela Vertigo.

Olhar para uma parede destas não chega a ser intimidante mas mete respeito. As duas primeiras são das mais simples (todas estão devidamente classificadas de acordo com um sistema universal). As pegas estão próximas e têm um tamanho generoso, por isso basta um pouco de observação para percebermos onde devemos colocar mãos e pés. O esforço não é demasiado exigente e em pouco tempo chegamos lá acima. Subidos os primeiros quatro metros e meio, impõe-se, agora, a descida. Aí sim, tomamos plena consciência da altura a que estamos. E atenção! Sem cordas, sem arnês e sem mosquetões. Esta é outra das características do boulder – a não utilização de qualquer equipamento.

Para voltar a ter os pés na terra, há duas hipóteses: descer mais ou menos como subimos ou saltar para os colchões de segurança que forram todo o chão junto às paredes. Optamos pela primeira hipótese mas agora que estamos a mais de quatro metros de altura e sem saber onde colocar a perna e se devemos encolher ou esticar os braços (e qual deles!), entendemos a importância de algumas das técnicas básicas da escalada – a consciência corporal, o equilíbrio, a capacidade de transferir a força de um pé para o outro e a mobilidade da anca e dos joelhos.

Depois da primeira prova superada, o desafio aumenta. Somos agora levados a enfrentar uma parede mais complexa e exigente. Para quem não tem prática, como é o nosso caso, a fluidez e o ritmo deixam muito a desejar. Não nos sentimos propriamente bailarinos mas, motivados por constantes frases de apoio, lá vamos escalando de forma lenta mas animada. Pega a pega, chegamos ao topo do mundo! Ou da parede, pronto. Já se sabe que o entusiasmo convida sempre ao exagero…

Em chão firme

Voltamos à conversa com o Tiago ainda com os braços a tremer do esforço. É verdade, o boulder não é para meninos. Ou será que é? O Tiago diz que sim até porque desde que estão abertos têm recebido muitas crianças. Aliás, três vezes por semana há aulas orientadas para menores de 15 anos. As famílias também têm marcado muita presença, tal como os estudantes universitários. A Vertigo é um espaço versátil e tudo indica que a escalada vai continuar a conquistar adeptos, independentemente da faixa etária.

Para além da escalada, na Vertigo também se pode praticar yoga às sextas-feiras e usufruir de uma área multiusos, com vista geral para o rocódromo. Há ainda um espaço destinado a quem procura fazer um treino mais específico de escalada sendo possível usar o fingerbroad, o campusboard ou o pegboard, equipamentos que permitem agilizar o uso dos dedos para a escalada e desenvolver a força de braços.

Caso queira experimentar o boulder saiba que a Vertigo está aberta todos os dias da semana e que com uma entrada a 8€ pode ali passar as horas que quiser.

Também há cursos (de três sessões), todos os meses, para quem procura levar a atividade mais a sério (o custo é de 70€ com seguro e pés de gato incluídos). É uma atividade exigente mas muito completa que, diz quem a pratica há muitos anos, traz equilíbrio, flexibilidade e força corporal.

Nós já nos esforçámos o suficiente por hoje e merecemos uma recompensa. De regresso ao bar, deliciamo-nos com uma fatia de bolo caseiro de chocolate e laranja. Batidos, tostas em pão alentejano e fruta vendida à peça também fazem parte da lista.

Deixamos o Vertigo ao final do dia, com o sol quase a pôr-se, o rio de frente e o corpo cansado do esforço. Em oposição à matéria, o espírito, esse, vai leve, levezinho.

2014-12-03
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