Este restaurante familiar de Balurcos (concelho de Alcoutim) distingue-se pela cozinha tipicamente algarvia, confeccionada pela D. Maria Teresa Ramos. A decoração mostra objetos relacionados com a agricultura e o espaço dispõe ainda de lareira que ajuda a aquecer o ambiente nos dias mais frios.
Acessos: EN 122/ Junto ao posto de combustivel das Quatro EstradasPitéus algarvios à moda antiga
Este é daqueles restaurantes que por fora passa despercebido, mas depois de lá comermos dificilmente o esquecemos. Agradeça-se à cozinheira, a D. Maria Teresa, que insiste em fazer os pratos como a mãe e avó lhe ensinaram: sem grandes floreados, mas com todo o sabor e muita fartura.
Quem vê caras não vê corações, já diz o ditado, e o mesmo se pode aplicar a esta casa discreta que à primeira vista é só mais um restaurante à beira estrada, meio escondido junto à bomba de gasolina da pequena povoação de Balurcos, a poucos quilómetros de Alcoutim.
O novo IC 27, que liga o interior do concelho ao litoral algarvio, também desviou muito trânsito destas paragens, mas quem conhece a Tasca do Ramos não se importa de fazer um pequeno atalho pela N122 só para atestar… o estômago.
Para muitos locais e visitantes (sobretudo turistas e caçadores) já é um ritual de longa data, enquanto outros vêm aguçados pelas boas referências do boca-a-boca, como foi o nosso caso. Deixemos, então, os estereótipos para trás das costas porque para lá daquela porta espera-nos uma agradável (e apetitosa) surpresa.
Caras e receitas familiares
Rapidamente se percebe que esta é uma casa tipicamente familiar. As boas vindas são-nos dadas pelo Ramos (o dono) e pela esposa que, sem mais demoras, vai enchendo a mesa de “entradinhas cá da terra”. Já a matriarca da família (a mãe do Ramos) não tem mãos a medir ao fogão. Nada que a preocupe. Afinal, já dirige aquela cozinha há cerca de oito anos, tantos quantos tem o restaurante.
Com quase 60 anos, não há petisco ou prato típico que ela não saiba fazer e muitas das receitas sabe-as de cor e salteado desde que as herdou da mãe e da avó. “Aqui não há modernices”, garantem-nos, e ainda bem, pensamos nós, porque cada vez existem menos locais assim, onde a gastronomia é genuinamente pura e despojada de truques.
A preocupação em usar produtos da região (inclua-se o Alentejo ali mesmo ao lado) também está bem presente e só não nos atrevemos a arriscar que alguma carne é de criação caseira e de caçadas do dono porque a ASAE não iria gostar. Mas essa é outra história, tão longa quanto as intermináveis patuscadas de amigos que costumam fazer-se nesta casa.