Este restaurante baseia-se num projecto consistente, que visa realçar o aspecto cultural da gastronomia ribatejana, no sentido de preservar e difundir a identidade cultural do país. A sua cozinha caseira e típica conta, também, com uma boa garrafeira e pão, fabricado no local, uma vez que possuem um forno para o efeito.
Ambiente e decoração: Espaço aconchegante, com uma decoração específica, como toalhas de linho e a lareira acesa.A Casa da Emília conta com nove anos de existência. E, milagre, mantém-se exactamente como nos tempos do seu início. Isto é um elogio e não um sintoma de falta de evolução.
Lá se encontra, e não é muito difícil, em Alpiarça, seguindo uma tabuleta depois do jardim principal, numa zona residencial. E aqui está este belo restaurante que continua a funcionar, muito bem, numa casa de habitação de ambiente ribatejano genuíno.
A sala é pequena e transmite uma sensação de conforto privado, onde apenas cabem 24 pessoas. O ar caseiro está patente no aparador bem ribatejano, onde o símbolo da alegria das rãs de Bordalo Pinheiro estão bem visíveis. Quadros com as menções de honra que a Casa da Emília foi ganhando ao longo destes anos, descobrem-se nas paredes. Chegando às mesas, encontram-se cadeiras simples e confortáveis, belas toalhas e guardanapos de algodão alvo, e detalhes, desde o pão em recipiente especial, aos talheres e copos, com a sua graça.
Cozinha ribatejana genuína
A confecção, com o toque de mão feminina experiente, entra pela cozinha tradicional desta zona do Ribatejo. A maior parte dos pratos, e tenha-se em conta que a ementa é curta mas bem estudada, tem como nota comum a preocupação de recuperar tradições, algumas em desuso, regionais.
Então nas entradas, posso realçar o agora não ribatejano, mas alentejano, de Sousel, paio do cachaço de porco preto de montado, um achado. Um louvor ao proprietário que comanda a sala, o elemento feminino, mulher e sogra estão na cozinha, pois tinha na memória a entrada que eu mais apreciei já lá vão sete anos. Uma salada de bacalhau cru temperada com azeite ribatejano à séria, um toquezinho de vinagre e pimenta.
Passando aos pratos principais é pelos pastéis de massa tenra que foram sempre a especialidade da Casa da Emília, que hoje estão no ponto, sem exagero, quase da perfeição, que fica a escolha.