Localizado num primeiro andar de um edifício na Rua da Escola Politécnica, junto ao Largo do Rato, o Yakuza First Floor abriu em novembro de 2015, vindo juntar-se à coleção de restaurantes do chefe/restaurateur Olivier.A decoração sofisticada, e um jardim japonês a emprestar serenidade, marcam a diferença neste restaurante requintado dedicado à cozinha nipónica. Os sushimen Agnaldo Ferreira e Alexandre Hatano são os responsáveis pelas criações exclusivas que não dispensam o toque final de Olivier.O espaço divide-se em três salas. Duas estão decoradas a pérola e prata, com recantos confortáveis com cadeirões e sofás. Na outra sala, mais descontraída, está o balcão que se desenvolve em torno do sushi bar e que permite apreciar o trabalho dos sushimen.
Dia(s) de Encerramento: Segundas, Sábados (Almoços)Quando o sushi está um nível acima
Situado no primeiro andar da antiga Real Fábrica das Sedas, em Lisboa, o novo restaurante de Olivier tem a fama deste chefe/restaurateur e o proveito da cozinha tradicional japonesa. Já o nome foi inspirado numa temível máfia nipónica - a Yakuza -, autodenominada “organização de cavalheiros” que juram lealdade eterna ao líder. Só que neste caso o código de honra é só um: servir o melhor sushi num ambiente exclusivo e sofisticado.
Não bastam 16 degraus para podermos aceder ao mundo oriental do Yakuza First Flor. Lá em cima, a porta está sempre fechada e só abre depois de nos identificarmos através de uma portinhola que responde ao toque da campainha. Nesse hiato de tempo, damos largas à imaginação e tentamos adivinhar quem estará do outro lado: será um carrancudo yakuza, daqueles cheios de tatuagens e com ar intimidante?
Puro engano. Ao nosso encontro veio uma gentil e sorridente empregada, vestida de kimono negro, que nos mostra os cantos à casa, situada no edifício da antiga Real Fábrica das Sedas, atual nº 231/1º andar da Rua da Escola Politécnica. É esta a nova morada do Yakuza First Flor, espécie de up-grade do Yakuza que antes funcionava no Hotel Tivoli Jardim, também ele pertencente a Olivier. E com ele, o quartier lisboeta deste chefe e restaurateur (“autor de restaurantes”) ultrapassou as redondezas da Avenida da Liberdade (onde tem mais quatro casas) e já chegou às portas do Largo do Rato.
O Oriente cada vez mais próximo
O Yakuza First Flor é composto por vários espaços distintos, tanto no ambiente como na decoração, separados a meio por um corredor de paredes azuis que expõe o antigo traje de um samurai. À esquerda ficam duas salas mais clássicas, uma para fumadores e outra para não fumadores, com mobiliário (herdado do anterior Yakuza) em tons pérola e prata. Do outro lado estão as casas de banho, com néones de várias cores que evocam o colorido das metrópoles japonesas, mas também o bar, revestido a azulejos do século XVIII, e uma sala de espera que convida a provar os cocktails criados ali ao lado.
Apesar de um ou outro apontamento nipónico que fomos encontrando pelo caminho, o salto definitivo para o país do Sol Nascente só acontece na última sala de refeições, dominada por uma grande tela no teto com motivos orientais. Sob ela fica o sushi bar, um misto entre cozinha, palco e arena que nos coloca a centímetros do “espetáculo”, ou seja, dos sushiman que trabalham no interior do balcão. Meticulosos, precisos e concentrados mas ainda assim disponíveis (tal como os restantes empregados) para nos aconselharem e explicarem o sabor que cada peça nos há de trazer ao palato.
Assim que o tempo permitir, irão abrir-se as portas do jardim oriental, situado no piso térreo, onde será possível fazer uma refeição a céu aberto, rodeada de lagos e passadiços. Nessa altura, o mais difícil será optar entre a tranquilidade deste espaço, mais zen e luminoso, e o dinamismo do sushi bar, na parte de cima, com múltiplos jogos de sombras e cor. Qual yin-yang, no Yakuza os opostos também se atraem e complementam.
Tradicional ou new style? Tanto faz, o sucesso é garantido
Tal como o espaço, a ementa também resulta de uma fusão, desta vez entre Olivier e o chefe Agnaldo Ferreira, que delegaram o trabalho do dia-a-dia ao chefe Alex Hatano. Juntos criaram uma lista extensa e variada, composta por oito secções (sobremesas incluídas), que privilegia o sushi e a gastronomia tradicional japonesa, sem esquecer algumas criações mais contemporâneas. Isso acontece, desde logo, nas entradas, onde tanto encontramos gyosas e miso (sopa de soja, tofu e cebolinho) como o taco sacana (tacos de tártaro de peixe, que em japonês diz-se sakana) ou uma imaginativa salada Yakuza com pato confitado, laranja e funcho. Seguem-se o sushi e o sashimi tradicionais e as versões new style, caso do shiromi (dourada em japonês) com crocante de cebola e molho ponzu à base de soja e citrinos ou do sashimi maguro, semelhante ao primeiro mas com atum.
Depois dos makizushi (arroz envolvido em fatias finas de peixe) vale a pena experimentar uma criação livre de gunkan (arroz com toping de peixe por cima) tradicionalmente enroladas em algas nori) como a que leva ovo de codorniz e trufa negra (faz lembrar um bitoque) e descobrir de que é feita a grelha japonesa: a robata. Um bom exemplo é o niwatori miso, versão japonesa de franguinho marinado em miso, que vai muito bem com espargos yaki e molho de cebola. A última parte da carta é dedicada às tempuras, às massas e aos combinados, com destaque para o Yakuza premium que junta 15 unidades de sushi e outras tantas de sashimi. Por fim, poderá optar entre meia dúzia de sobremesas mas nós sugerimos a kit-kat, mousse de chocolate com creme de avelã, bolachas amanteigadas e, claro, pedaços de kit Kat, que em japonês significa “sucesso garantido”.
Uma expressão também à medida do Yakuza First Flor, onde tudo parece ser de primeira, da gastronomia ao serviço, passando pela decoração e pelo ambiente. Será uma questão de nível?