No recatado interior algarvio, os sabores da serra e do vizinho Alentejo servem-se neste restaurante de cariz regional e ambiente familiar. A tradição está presente não só à mesa mas também na sala, decorada com objectos antigos e rurais.
Dia(s) de Encerramento: SegundasSituada na aldeia algarvia de Martim Longo, a poucos quilómetros do Alentejo, esta casa junta a gastronomia das duas regiões e dá a provar o resultado numa ementa simples, mas genuína e cheia de sabor. Do montado ao mar, passando pelo rio e pela serra estão lá bem representados todos os sabores do sudeste português.
É preciso recuar quase um quarto de século para compreender o nome deste restaurante. Quando abriu portas, em 1990, ficava num monte isolado, com apenas duas ou três casas caiadas a branco e longos terrenos agrícolas em redor. Nessa época não tinha mais que meia dúzia de mesas mas com o tempo foi sendo aumentado e hoje é um dos mais recomendados estabelecimentos do concelho de Alcoutim.
Martim Longo também foi crescendo e o casario inicialmente distante está agora tão perto que o Monte Branco passou a marcar o início da aldeia. Quem vem de Alcoutim pela Estrada Nacional 124 encontra-o logo à beira estrada, junto às bombas de combustível e num largo amplo onde não falta estacionamento.
Uma esplanada com bar e salão de jogos serve de cartão-de-visita à casa e são muitos os clientes que se ficam logo por ali. Mesmo em frente, no alto de um poste de eletricidade está o ninho de uma cegonha, indiferente à música e às conversas animadas que, sobretudo no verão, se prolongam para lá da meia-noite.
Aconchego interior
Se os dias quentes puxam pela esplanada, no inverno e outono é na sala de refeições principal que se está melhor, sobretudo graças a uma lareira de canto que aquece e dá vida ao espaço. Quando não está acesa o ambiente também é acolhedor e pacato, mais a fazer lembrar o Alentejo que propriamente o Algarve, pelo menos o dos postais ilustrados. Uma sensação que se estende, de resto, a toda a aldeia, fortemente influenciada pela cultura e tradições da região vizinha.
A decoração reforça o caráter típico da casa. Nas paredes são muitos os objetos que evocam as raízes agrícolas destas paragens, como ceifas e forquilhas, albardas para burros ou peneiras de cereais. Além disso, também estão emolduradas com quadros dedicados às antigas profissões e ofícios da região, caso dos cesteiros e pastores ou da cozedura do pão em fornos comunitários.
E o mesmo acontece na outra sala de refeições, mais pequena e destinada a grupos, que fica paredes meias com a cozinha. Dali já chega um cheirinho bom, por isso é tempo de nos sentarmos à mesa e provarmos a gastronomia da casa.