Inaugurada em Abril de 2005 na aldeia da Cabreira é uma casa de ambiente francamente acolhedor a servir uma cozinha tradicional, genuína e saborosa, feita com o maior respeito pela qualidade dos ingredientes e pelos modos antigos de confecção. Instalado num edifício carismático de três andares (com uma varanda de madeira simetricamente colocada sobre a porta de entrada), tem, para além da sala de refeições, cafetaria, esplanada e espaço para exposições de artesanato regional. De destacar a colecção de azulejos espalhada pelas paredes do espaço, cada um com um dizer da sabedoria popular.
Bar/Sala de espera: Bar e Sala de EsperaRosa Paula Henriques nasceu em Leiria mas hoje é umas das mais fiéis guardiãs da cultura e da tradição da aldeia da Cabreira, no concelho de Góis.
Sempre que um homem sonha
O próprio nome do restaurante evoca uma expressão que a protagonista desta história se habituou a ouvir aos habitantes da aldeia da Cabreira. A "tranca da barriga" era, então, para Paula Rosa, a sopa que saciava a fome depois de um dia de trabalho. Hoje é um sonho feito de pedra de xisto e de muita garra.
Foi o casamento que a fez trocar Leiria por este recanto do distrito de Coimbra, rodeado de verde e abraçado pelo rio Ceira. Uma casa sempre cheia habituou-a a cozinhar para muita gente e revelou-lhe um jeito especial para as lides gastronómicas, cuja fama se foi alastrando. Começaram a chegar os pedidos de refeições por encomenda, que Rosa conciliava com os trabalhos artesanais (como casinhas de pedra) com que representava a Câmara Municipal de Góis em feiras e outros eventos. Até que a edilidade a escolheu para preparar uma Tibornada, a refeição típica dos lagareiros, para um programa de televisão.
Quando a Transserrano, empresa de formação e serviços na natureza, começou a organizar as Rotas do Azeite - desde a apanha da azeitona à dita Tibornada -, a parceria estabeleceu-se naturalmente. Os resultados foram tão positivos que, reunidas uma série de circunstâncias favoráveis, Rosa Paula Henriques decidiu deixar de andar "com a casa às costas" e, conjuntamente com o marido, Armando Alves Henriques, abrir um restaurante. A inauguração teve lugar em Abril de 2005.
Água na boca
O edifício que alberga "A Tranca da Barriga" tem três andares. A entrada faz-se pela zona de cafetaria. Segue-se a sala de refeições, no primeiro andar, e a esplanada, no segundo, antecedida por uma sala que receberá, em breve, exposições de objectos antigos e artesanato regional.
O restaurante só encerra à segunda-feira. Durante os dias de funcionamento, as regras são as seguintes: de terça a sexta ao almoço há um prato do dia e algumas opções de preparação rápida. Já ao sábado e domingo, ao almoço, conte com Chanfana, Lombo de Porco Assado e Bacalhau à Casa. Depois acrescente-lhes, conforme a inspiração da chef e a disponibilidade dos ingredientes (grande parte de proveniência caseira), Arroz de Pato, Arroz de Cabidela, Meia Desfeita, Favas "Aporcalhadas", Entrecosto e Feijoada.
Mas a ementa não se fica por aqui. Mediante encomenda prévia, poderá ainda saborear Cabrito no Forno, Bacalhau à Lagareiro, Sopa da Avó (enriquecida com enchidos), Sopa de Peixe à moda de S. Pedro de Moel (em memória dos tempos de infância, quando ainda se comprava peixe directamente aos barcos dos pescadores) e a famosa Tibornada. Para quem não conhece, passamos a explicar em que consiste este prato típico.