Restaurante muito simples e despretensioso que aposta na cozinha tradicional portuguesa.
Dia(s) de Encerramento: Domingos, Segundas (Almoços)Comecemos por descer a Rua da Misericórdia, que é o caminho mais fácil fora da encruzilhada das ruas do Bairro Alto, em direcção ao Chiado. À esquerda, a Igreja de São Roque, agora com o seu museu em remodelação, é um dos tesouros mais bonitos que Lisboa esconde. Convém reservar um tempo para contemplar as belezas que D. João V mandou vir de Itália.
Continuando a descida, duas ruas antes da Praça Luís de Camões, à direita, vira-se na Travessa com o bonito nome da Espera. E aqui estamos em pleno domínio do Bairro Alto, onde os contrastes cada vez mais se acentuam. São de apreciar, à direita, as montras impressionantes dos centenários joalheiros Leitão e, depois, logo ali, a chamada de uma pequena ementa numa parede, indica a presença da «Primavera».
A «Primavera» é um nome usado pelos clientes mais íntimos, que são muitos, o verdadeiro nome é «Primavera do Jerónimo». Jerónimo esse que fundou esta simpática tasquinha e onde, na cozinha, a sua sobrinha reproduz com fidelidade as suas receitas originais. Aqui se inclui como curiosidade o escabeche de carapau que, em tempos mais antigos, se apresentava em alguidares, na Travessa da Espera, em frente à porta.
Ovas, alheiras e perdiz
Sendo uma casa pequena, a capacidade máxima não chega a 30 pessoas, a ementa é-lhe directamente proporcional. Quer isto dizer que é pelos pratos do dia, confeccionados na altura e com o privilégio da frescura ao almoço, que se deve orientar.
Não precisa de grande esforço, pois para isso lá está o simpático José Rafael, marido da sobrinha do Jerónimo, na sala. E não se ensaia a referir aquilo que ele achar mais conveniente para o cliente que atende. José Rafael ir-lhe-á, então, indicar pratos simples, como as ovas de pescada fritas com açorda, fígado de cebolada, o referido escabeche, uma simples vitela assada, uma alheira bem frita, ou a perdiz que faz as honras da casa.