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Pousada Mosteiro de Amares - Small Luxury Hotel

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Os caminhos que vão de Braga ao Gerês acolhem a Pousada de Santa Maria do Bouro, inserida no que foi um Mosteiro Cisterciense, no século XII. A sua decoração resulta numa perfeita simbiose entre o antigo e o moderno: as ruínas do mosteiro, o metal, o vidro e as madeiras claras. O seu telhado é constituído por uma cobertura com terra onde crescem plantas. A sua localização é um óptimo ponto de partida para visitas culturais pelo Minho, assim como é um ponto de partida para se conhecer a cozinha regional. O Caldo verde à minhota, o Lombo de bacalhau com broa, os Rojões com papas de sarrabulho, e as Molarinhas de Rendufe e Manjar celeste constituem alguns dos exemplos do menu regional.

Acessos: A 15 km de Braga: N101, N205.
Localização: Centro Cidade/Vila
Nº de camas: 64
Nº de quartos: 32
Nº de suites: 2
Observações: Época especial: 220.00
Período de funcionamento: Todo o ano.
Preço Época Alta: 250.00
Preço Época Baixa: 130.00
Acessibilidade de deficientes motores: Acessibilidade fácil
Serviços / Equipamentos: Animais admitidos, Ar condicionado em áreas comuns, Ar condicionado nos quartos, Bar, Cofre na recepção para guarda de valores, Cofre nos quartos para guarda de valores, Elevador, Jardim, Lavandaria, Parque de estacionamento, Piscina exterior, Quartos com linha telefónica para ligação de modem, Rent-a-car, Restaurante, Sala de bilhar/snooker, Sala de reuniões / conferências, Sala de estar comum, Sala de festas, Sala de TV e/ou vídeo, Serviço de quartos, Telefone nos quartos, Ténis, TV nos quartos, TV Satélite/TV Cabo
Morada: Mosteiro de Santa Maria do Bouro
Código Postal: 4720 633 BOURO (SANTA MARIA)
Tel: 253371970
E-mail: guest@pousadas.pt
Site: www.pousadas.pt/en/hotel/pousada-amares
Distrito: Braga
Concelho: Amares
Freguesia: Bouro (Santa Maria)

Pousada Santa Maria do Bouro, uma viagem incrível até ao século XII


A estadia do Casal Mistério na mais ascética e despojada das Pousadas de Portugal tem laivos de enigma, a condizer com o espírito do lugar. Quando chegaram ao mosteiro cisterciense era noite escura e chovia...


Casal Mistério

Chegámos já de noite debaixo de uma chuva imensa. Apesar do dilúvio, não foi difícil encontrar a imponente Pousada de Amares, em Santa Maria do Bouro, algures entre Braga e a serra do Gerês. Estava um frio de rachar e eu previ o pior ao olhar para aquelas paredes de pedra enormes. Imaginei-me a entrar numa arca frigorífica.

Primeira boa surpresa: a receção estava tão quente e acolhedora que comecei logo a tirar casacos atrás de casacos. Não resisti e perguntei ao solícito rececionista:
- Como é que conseguem manter esta temperatura num mosteiro deste tamanho com as paredes e o chão em pedra?
Apontou, com um sorriso triunfante, para umas discretas grades que percorriam os rodapés das paredes.
- Temos aquecimento central em toda a pousada.

Suspirei de alívio. De facto, só voltei a pôr um casaco quando fomos embora.

O caminho até ao quarto é um labirinto de boas surpresas. O mosteiro da Ordem de Cister do séc. XII foi alvo de um trabalho notável de restauro liderado pelo arquiteto Eduardo Souto Moura. O silêncio e a iluminação dos intermináveis corredores transportam-nos para o tempo dos monges cisteres. As suas 32 celas foram transformadas em confortáveis quartos, adaptando-os às comodidades exigidas dos tempos modernos. Com vistas panorâmicas sobre a serra através de enormes janelas de vidro, estão equipados com televisão por cabo, mini-bar, e, claro, casa de banho privativa, toda forrada a mármore.

O nosso quarto era minimalista com o estritamente necessário, mas ao mesmo tempo enorme e super confortável, talvez até demasiado quente para o meu gosto. A cama, no nosso caso, as camas (porque eram duas camas de solteiro juntas) eram excelentes. Os lençóis e os edredões, brancos, eram leves, macios e quentes, as almofadas eram de penas, o que, de facto, faz toda a diferença. O único defeito que encontrei no quarto foi na casa de banho. O duche tinha pressão a mais e como a saída era demasiado estreita, os jatos de água magoavam a sério. Quando acabei de tomar banho, receei estar em carne viva.

A pousada está muitíssimo bem dividida. A receção está estrategicamente situada no meio. De um lado, estão os quartos, do lado oposto as várias salas. Todo o mosteiro manteve as paredes e o chão de pedra (exceto nos quartos cujo chão é de madeira), os corredores que nos levam às salas estão iluminados por mini lanternas com velas espalhadas pelo chão. Além de uma sala com uma enorme lareira, há o bar, a sala de jogos, a sala de bilhar e finalmente, o ex libris desta pousada: o restaurante.

É provavelmente das salas mais bonitas onde jantei. O seu teto alto, as paredes de pedra maciça, os fornos antigos, a imponente mesa de pedra ao centro levam-nos numa viagem a um passado tão distante que se torna difícil acreditar que chegaram até aos nossos dias.

O jantar foi bom mas não foi extraordinário. Partilhámos um carpaccio de polvo (que veio quente, nunca tal tínhamos visto) e um arroz de cabrito que estava bom. Já se sabe que nesta região se come sempre bem, mas o jantar definitivamente não surpreendeu. O mesmo se passou com o
pequeno-almoço: é bom, cumpre os mínimos, mas não é nada de outro mundo nem digno de uma mesa extraordinária como aquela. É certo que chegámos já perto do fim, por isso, lá nos atirámos ao pão, à broa, ao queijo e aos doces caseiros. O sumo de laranja não era natural e os ovos mexidos estavam frios, o que não se compreende num hotel destes.

Como apanhámos mau tempo, não deu para aproveitar o exterior do hotel.

Quando a chuva se dignou a parar, durante uns parcos 20 minutos, percorremos os jardins, fomos até à piscina, um percurso de onde se pode apreciar toda a beleza do edifício, nesta altura com as parras em tons de fogo a cair pelas paredes, e acabámos no extraordinário pátio dos claustros que, no verão, promete ser um spot imbatível.

A pousada sugere atividades no exterior como canoagem, pesca, caminhadas e passeios a cavalo, além da piscina, claro, tudo programas que a chuva deitou por terra. E convém lembrar que a Pousada de Amares situa-se a minutos do Parque Nacional da Peneda Gerês, que tem paisagens do outro mundo, sobretudo para quem é fã do tão na moda turismo de montanha.

Se for adepto do chamado turismo cultural ou religioso, não deixe de ir a Braga, que fica a poucos quilómetros da pousada e é um dos principais centros religiosos de Portugal, sendo conhecido pelas suas igrejas barrocas, deslumbrantes casas do século XVIII e inúmeros jardins e parques.

Se gosta de viajar até ao passado, de lareiras grandes e de ambientes iluminados por velas, não espere para marcar um fim de semana neste reduto de silêncio e conforto. Se é daqueles que não consegue estar quieto, para quem um livro é sinónimo de uma grande maçada, e se adora passeios e aventuras na serra, espere pela primavera e passe aqui uns dias. Vai ver que, de uma forma ou de outra, não se vai arrepender.

O bom
O quarto

O mau
O carpaccio de polvo e o duche

O ótimo
A sala de jantar

Uma ótima viagem ao passado para si,

Ela

Os autores e o blogue
Ele cozinha, ela viaja. Quando estão fora, testam e avaliam restaurantes, bares e hotéis. Quando se juntam em casa, escrevem sobre o que viram: o bom, o mau e o péssimo. Um blog para quem gosta de comer, beber, viajar e gin... muito gin. Desde dezembro de 2013.
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Para ficar a saber mais sobre o Casal Mistério pode também ler esta entrevista.

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2014-12-10
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