Museu do Relógio

Acessos: Junto à Praça da República.

O Museu do Relógio foi inaugurado em Abril de 1995, no antigo Convento do Mosteirinho, uma construção manuelina. O espólio foi sendo constituído por António Tavares D´Almeida, possuindo nos dias de hoje cerca de 1.600 exemplares de relógios. Tudo começou quando, em 1972 recebeu dos seus avós três relógios de bolso avariados. O museu possui uma exposição permanente, intitulada "400 Anos de Relojoaria em Portugal", que mostra peças cujas origens remontam a 1600. É o único do género na Península Ibérica.

Dia(s) de Encerramento: Segundas
Horário de visita: De Terça a Sexta-feira, das 14:00 às 17:00. Sábados, Domingos e Feriados das 10:00 às 12:00 E DAS 14:00 às 17:00.
Marcação prévia: Aconselhável marcar grupos com 1 semana de antecedência.
Nº máximo pessoas por grupo: 25
Observações: Visitas guiadas em alemão, inglês, francês, italiano e espanhol
Serviços disponíveis: Biblioteca, Bar, Oficina de Restauro, Acesso à Internet, Visitas guiadas, Jardim.
Título: Breve história do tempo
Morada: Rua do Assento Convento do Mosteirinho
Código Postal: 7830 341 SERPA
Tel: 284543194
E-mail: museudorelogio@iol.pt
Site: www.museudorelogio.com
Distrito: Beja
Concelho: Serpa
Freguesia: Salvador

Museu do Relógio - Serpa


Em todo o mundo, existem poucos museus dedicados exclusivamente ao relógio. E em Portugal, uma destas relíquias fica em Serpa.


N' Dalo Rocha

Desde 1995 que abriu portas ao público no bonito Convento do Mosteirinho, em pleno centro da vila de Serpa. Ao longo das suas dez salas de exposição, este museu revela um espólio de respeito.

Conta com 1900 relógios mecânicos, de pulso ou parede, com a particularidade de nenhuma destas máquinas ter pilhas. Os segundos acertam-se pela corda que é dada pelo movimento do próprio objecto, até porque segundo o conceito de António D’Almeida, um relógio a pilhas não é um verdadeiro relógio. E todos os relógios mecânicos devem ser lubrificados para funcionarem bem, pois o óleo é o sangue da máquina.

A paixão de António d’Almeida por estes objectos começou precisamente quando o seu avô lhe ofereceu três relógios avariados, logo tratando de arranjar engenho para os consertar. Desde cedo aprendeu que ao contrário de um automóvel, por exemplo, um bom relógio é eterno e passa de geração em geração, sendo talvez a única peça de vaidade que um homem usa, ao contrário da mulher que exibe as suas jóias.

Huston, we have a problem...

Pois é, deve ter sido assim que Neil Armstrong contactou a Nasa, momentos antes de pisar a Lua, para relatar alguma anomalia técnica. “Um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade” foi a frase que o notabilizou, mas também o mítico Omega Speedmaster, o seu relógio de pulso que virou moda. Existe um exemplar no museu desta série limitada. Mas para contrabalançar, ou talvez não, o acervo museológico exibe também um cronómetro naval oferecido pela Marinha russa, apoiado sobre uma base oscilante. 

E como nós por cá não poderíamos ficar mal vistos, encontram-se em exposição também alguns relógios da Reguladora, uma fábrica portuguesa sediada em Famalicão, que hoje já não existe mas que produzia alguns exemplares de grande qualidade.

O Roskopt suíço, que teve o seu período dourado entre 1800 e 1880, ficou conhecido como relógio do povo, tem também o seu lugar assegurado.

Os relógios de lapela são outra das categorias que podemos encontrar por lá, assim como os hebdomas que surgiram a partir da década de 80 do século XIX e, tal como o nome sugere, apenas necessitavam corda um vez por semana.

Mas a verdadeira jóia da coroa é o Grande Sonnerie, considerado o relógio mais antigo do mundo. Custou ao museu 2000 moedas romanas que o proprietário tinha juntado ao longo da vida, sendo pois Serpa uma região rica no legado histórico da romanização.

Tudo começou quando um advogado decidiu mandar arranjar um velho relógio de família e escolheu as oficinas do Museu do Relógio. Ao que parece, esta máquina chegou a Portugal trazida pelos ingleses que a deixaram ficar, na época das invasões napoleónicas.

Não poderiam deixar de constar, ainda, no longo catálogo os Patek Phillippe, considerada uma das melhores marcas do mundo, pela sua qualidade de construção e fiabilidade. 

2004-08-31
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