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Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel

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Resultante da adaptação do antigo Palácio da Vista Alegre, cuja construção teve início no século XVII, o Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel está intimamente ligado à história da Vista Alegre. Foi inaugurado em novembro de 2015. Este empreendimento hoteleiro integra o projeto de reestruturação do Museu, da Capela de Nossa Senhora da Penha de França, do Teatro e do Sítio Industrial da Vista Alegre, enquanto centro cultural vocacionado para o estudo e interpretação da indústria da porcelana. Pretende-se promover o reconhecimento do valor universal do património da Vista Alegre enquanto testemunho da cultura industrial da cerâmica e sua significância social, cultural, tecnológica, artística e humana.

Categoria: 5 estrelas
Localização: Cidade/Vila
Nº de quartos: 83
Cadeia / grupo de hotéis:: Montebelo Hotels & Resorts
Morada: Lugar da Vista Alegre
Código Postal: 3830 292 ÍLHAVO
Tel: 234241630
E-mail: montebelovistaalegre@montebelohotels.com
Site: www.hotelmontebelovistaalegre.pt
Distrito: Aveiro
Concelho: Ílhavo
Freguesia: São Salvador

Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel


Elegante e requintado, como a porcelana mais fina


Nelson Jerónimo Rodrigues

A caminho dos 200 anos de história, a Vista Alegre juntou um palácio do século XVII a um edifício moderno e fez deles um hotel de cinco estrelas dedicado à porcelana e à arte de bem receber. Mas mais do que um alojamento, este espaço ímpar também convida à descoberta do património vivo da marca, como a fábrica, a vila operária ou o museu. Entre as 50 mil peças que todos os dias saem do forno também há uma experiência total à espera dos visitantes.

Omnipresente em todo o hotel, a porcelana começa por ganhar a forma de arte numa instalação colocada à entrada da nova ala, dividindo protagonismo com achados arqueológicos dos primórdios da fábrica, também expostos no lobby, e com a fonte do Carapichel que espreita de um pátio vizinho. Erguida no final do século XVII, guarda uma inscrição que lhe gaba à água - “Tão útil para a saúde quão para a vista alegre” -, ajudando a explicar o nome do lugar da Vista Alegre e, ao mesmo tempo, da fábrica que José Ferreira Pinto Basto ali fundou em 1824. Quase dois séculos depois, são poucos os sítios do mundo onde ainda não chegou a fama da marca.

Com um património tão rico quanto o seu passado, o conceito deste cinco estrelas (o único da região) só poderia girar à volta da porcelana, acabando por inspirar o tema dos seus três pisos. O primeiro, onde fica a piscina interior, o SPA e o restaurante revela o início da criação de uma peça - a modelagem - enquanto o segundo, decorado com peças exclusivas da Vista Alegre, é dedicado ao branco, a cor que este material ganha depois de cozido. Já o terceiro é inspirado no toque final - a decoração -, cujo expoente máximo encontramos na suite master, onde as paredes (e até a loiça sanitária) têm borbotas pintadas à mão. A estes detalhes juntam-se outros luxos, como o serviço de loiça Vista Alegre by Christian Lacroix, ou a banheira sob um teto panorâmico que convida a banhos de imersão com vista para as estrelas.

Todos os aposentos da nova ala apresentam uma temática e decoração própria (como as flores, os cavalos ou os pássaros) por isso, quem passar por lá 72 vezes, poderá dormir em outros tantos quartos diferentes. A maioria (54) tem uma vista privilegiada para os Gafanhas e para o rio Boco, afluente da Ria de Aveiro que oferece um cenário bucólico, enquanto os restantes estão virados para o palácio e o museu Vista Alegre. Através de uma elegante e moderna escada em caracol chega-se ao Palácio, antiga residência dos fundadores da Vista Alegre, que ainda guarda algum mobiliário e loiças originais, bem como os murais nas paredes pintados no século passado pelos mestres da fábrica. Dos 10 quartos deste edifício, o mais surpreendente é, talvez, a Suite da Capela, ou não desse ela acesso a um varandim no interior da Capela de Nossa Senhora da Penha de França, monumento nacional que passará a integrar as visitas ao complexo. Mas já lá iremos, porque antes é tempo de descobrir os principais espaços comuns do hotel, aberto em novembro de 2015, pela mão da Visabeira, o grupo nacional que agora detém a Vista Alegre.

Sabores tradicionais e prazeres sofisticados

Com vistas largas para o rio, o restaurante do hotel dá a provar os sabores tradicionais portugueses, servidos, como não podia deixar de ser, em loiça Vista Alegre. Mas esta também é utilizada na decoração, com destaque para a meia centena de pratos e travessas que emolduram uma parede inteira. Tal como nos quartos, as cores claras (conjugadas com alguns toques de azul) e a abundante luz natural dominam o espaço, marcadamente sóbrio e elegante. Na ementa, o bacalhau é Rei, aparecendo nas mais diversas formas, como na cataplana, no arroz de línguas de bacalhau ou nos carpaccios e risottos. Outras opções são a caldeirada de enguias, o arroz rico do mar (com mariscos), o magret de prato e o souflé de chocolate e limão. Já a carta de vinhos conta com cerca de 50 referências.

A dois passos do restaurante fica a Sala das Curiosidades, fiel depositária de edições especiais da Vista Alegre, e o Bar Real Fábrica, onde saltam à vista as antigas paredes da primeira fábrica que a dupla de arquitetos - Tiago Araújo e Paula Fonseca Nunes - decidiu manter. Lá fora, junto ao rio, há mais um bar, um espaço para eventos e duas piscinas que convidam a banhos nos meses mais quentes. Para o resto do ano, nada melhor que desfrutar das piscinas interiores, situadas junto ao ginásio e ao SPA. Neste, os hóspedes podem encontrar os mais diversos cuidados e tratamentos, caso das massagens relaxoterapia e ayurvédica ou dos tratamentos remineralizante e revitalizante.

Do forno de tijolo aos sonhos de porcelana

Qualquer estadia no hotel só fica verdadeiramente completa com um passeio pelo complexo fabril e pela vila operária. Em breve haverá visitas guiadas (para hóspedes e não só) com início no museu Vista Alegre, Este conta a história da marca e da porcelana em Portugal (uma e outra são indissociáveis) através de milhares de peças, documentos, fotografias e desenhos. A eles juntam-se alguns dos espaços mais marcantes da antiga fábrica, como dois enormes fornos em tijolo refratário, onde os visitantes serão convidados a entrar. A atual área de produção (que todos os dias cria cerca de 50 mil peças) não estará acessível mas, ainda assim, será possível conhecer a sala dos pintores e admirar ao vivo a minúcia deste trabalhado. Quem quiser aprender algumas técnicas poderá inscrever-se nos workshops (como cursos de pintura ou modelagem) que o serviço educativo do museu já realiza na antiga creche da fábrica.

No Largo da Vista Alegre, um harmonioso terreiro com árvores centenárias, fica também a Capela da Nossa Senhora da Penha de França, mandada construir no final do século XVII, com belos azulejos, talhas douradas e retábulos em mármore no interior. Do outro lado, encontramos um teatro quase tão antigo quanto a própria fábrica, edificado em 1826. Depois de requalificado, este espaço cultural prepara-se para receber espetáculos e, ao mesmo tempo, reavivar a preocupação social que a empresa tem desde a fundação. Embora mantenha a essência de sempre – viver de e para a comunidade local – o teatro não deixará de abrir as portas aos hóspedes do hotel e outros visitantes que o queiram conhecer e, quem sabe, assistir a uma peça.

Para final de visita, vale a pena passar pelas três lojas da marca, duas da Vista Alegre (uma com preços de fábrica) e a outra da Bordalo Pinheiro, também pertencente ao grupo Visabeira. Difícil será resistir a uma compra já que a visita ao complexo tem o condão de nos despertar para o real valor (artístico e funcional, mas também histórico) das peças à venda. Afinal, condensam um passado com quase dois séculos de história. O mesmo que se descobre em cada momento vivido no Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel. Neste cinco estrelas, até os sonhos parecem feitos de porcelana. 

2016-03-29
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