O edifício onde se encontra instalado o hotel foi construído nos finais do século XVII, denotando o gosto do romantismo europeu da época. Os quartos possuem vista para o oceano Atlântico, estando decorados de forma elegante e confortável.
Possui restaurante decorado com uma acolhedora lareira e as mesas apresentam-se com primor. Requintada e inspiradora "Cuisine de Antoine Westermann" interpretada pelo Chef Vincent Farges, num restaurante galardoado com uma estrela no Guia Michelin e discípulo do Chefe Antoine Westermann com "Três Estrelas" no Guide Rouge Michelin no Restaurante Buerehiesel em Strasbourg.
O local
A tarde vai longa e o sol começa a despedir-se. É no bar, descansando nos clássicos sofás de pele e tendo por companhia uma bebida (e de preferência mais alguém…), que melhor se aprecia o cair da noite. Muito de leve, percebem-se os sons vindos do mar. Os vidros duplos protegem-nos ao mesmo tempo que incentivam à contemplação da vista.
Estamos na fortaleza do Guincho, onde as paredes bem fortes nos separam dessa força bruta que é o oceano. Sabe bem, ver a agitação do mar e do vento que contrasta com a calma do ambiente que se vive cá dentro. Pouco a pouco, começam a surgir as primeiras luzes. Poucas, porque construções é coisa que não abunda por aqui. E a guiar o nosso olhar, a longínqua luz do farol.
O restaurante, panorâmico, é um dos locais mais apetecíveis deste hotel, não só pela paisagem que oferece por companheira (quando é dia), mas também pela gastronomia, merecedora de uma estrela Michelin. O prémio foi alcançado pelo chefe de cozinha Marc Ouedec em colaboração com um dos mais conceituados chefes de cozinha do mundo - o “maitre” Westermann. Aqui pratica-se a arte da cozinha francesa, adaptada aos sabores nacionais. Na garrafeira marcam presença vinhos nacionais e franceses (por razões óbvias), assim como italianos ou até mesmo oriundos dos Estados Unidos. As mesas estão criteriosamente bem postas, as toalhas imaculadas, os tons claros da decoração, o espaço certo entre cada cliente, a luz indicada. O atendimento cortês. Depois da refeição, descansa-se na sala de estar junto à recepção. Mesas, cadeiras e sofás em vime “vestidos” de fofos almofadões, convidam a uma paragem. À volta, a vegetação e por baixo dos nossos pés, essa arte tão nossa que é a calçada portuguesa. No tecto foi instalada uma cobertura transparente e amovível, que permite a utilização do espaço em qualquer altura do ano, para além de deixar entrar a luz natural. Infelizmente de noite, reina a escuridão, e como a noite é boa conselheira, aproveita-se a inspiração e avança-se para os quartos… Para trás das grossas portas de madeira com trancas de ferro a lembrar outros tempos, espera-nos uma cama macia de onde só apetece sair depois de uma boa noite de descanso. Divididos pelo primeiro andar e piso térreo, os quartos são todos diferentes, mas como constante, a espectacular vista mar. E que o diga quem ficar nas suites júnior, com terraço e localização frontal para o Atlântico cujo som embala e descontrai. Este é daqueles sítios para se vir bem acompanhado. O espaço trata do resto.
No dia seguinte, o pequeno-almoço é a altura mais do que certa para (re)encontrarmos a magnífica vista. Sim porque de noite não se consegue ver nada. Exigências marítimas proíbem a emissão de luzes para o mar. Mais ou menos o equivalente em estrada à utilização dos máximos quando existem veículos do lado contrário… é compreensível. Felizmente que desta vez não estamos entre duas rectas de alcatrão, mas sim com uma imensidão de mar à frente e, como bónus, a visão do ponto mais ocidental da Europa: o Cabo da Roca. Explorando um pouco o hotel encontram-se peças antigas que nos reportam aos tempos em que a fortaleza desempenhava as funções para a qual havia sido concebida. É fácil encontrar detalhes de vidas militares passadas, como o soldado com armadura de ferro a lembrar que aqui já se combateu (não em terra mas em mar).
2002-04-23