Inaugurada em junho de 2011, propõe estadias num ambiente artístico e cultural. Seis suites distintas, marcadas pelos diferentes textos que povoam os tetos, juntam-se à sala de estar e ao jardim, em pleno centro do Porto. A Casa do Conto nasceu a partir da recuperação de um edifício classificado, de finais do século XIX, num projeto assinado pelos arquitectos da Pedra Líquida. Procuraram manter vivas algumas memórias, rescrevendo a história com betão. O despojamento da construção contrasta com o mobiliário de design vintage, dos anos 40 e 50, bem como espelhos que remontam à idade original da casa, além de candeeiros desenhados pelos arquitetos Siza Vieira e Souto Moura.
Localização: Centro Cidade/VilaO edifício é classificado mas respira modernidade. A meio caminho entre a Casa da Música e o bairro das artes, somos convidados a descobrir quantas histórias podem caber numa casa de charme.
Quantas vidas pode uma casa ter? A Casa do Conto reclama-se parte do universo dos livros, permitindo-nos deter nos seus capítulos, pela ordem que quisermos e sem termos de lhe impor um limite. Estamos em 2012 e, ainda que a fachada remonte a outra época, passada a porta de madeira, antiga, respira-se atualidade. Antes, já uma inscrição deixa uma pista de outra existência: junto ao número atual, pode ler-se "já foi 513".
Há paredes e tetos de betão cru e não fosse uma ou outra nota de cor, parecer-nos-ia saída de um retrato a preto e branco. Mas não se pense em frieza, perante a descrição. Seis suites acolhem-nos com conforto, convidando-nos a desvendar os escritos de cada uma. Respondem pelas iniciais de quem lhes assina as palavras, cinco arquitetos (André Tavares, Álvaro Domingues, Jorge Figueira e Nuno Grande) e uma poetisa e jornalista (Filipa Leal).
Foi um desafio curioso durante a construção gravar os textos. Foram feitos letra a letra, de esferovite, só depois de o betão despejado e bem seco foram retiradas, deixando-nos agora irresistivelmente de pescoço voltado para o teto.
Não são apenas as palavras que distinguem os quartos entre si. De um lado, dão para a Rua da Boavista, ainda a uns quantos quarteirões de se alargar em avenida, enquanto nas traseiras, há um encruzilhado de construções de onde se ergue a torre da Igreja de Cedofeita. Depois, podem ter ou não varanda interior ou exterior e kitchenette, conforme as preferências.
Em nome da arquitetura