A aldeia da Póvoa Dão é um dos mais antigos povoados da freguesia de Silgueiros, a maior do concelho de Viseu. Atravessada por uma via romana, que integra as Rotas Romanas do Dão, pertenceu à família fidalga Santos Lima durante mais de 700 anos. Hoje abre as portas ao turismo, após um restauro que respeitou a traça arquitectónica e os materiais originais (granito, madeira e cana de telhudo). As casas individuais possuem lareira, estão decoradas com requinte e equipadas para total autonomia. Mas, não há como ficar dentro de casa quando lá fora há um belíssimo restaurante, fornos comunitários, uma capela e uma apetitosa loja de artesanato e produtos gourmet. A piscina e o campo de ténis garantem entretenimento. E mesmo que o frio aperte, vale a pena desbravar os percursos pedestres que atravessam a propriedade, bordejada pelo Dão e pródiga em manifestações da Natureza intocada.
Acessos: De Viseu, seguir pela estrada de Nelas (231) e virar à direita em Oliveira de Barreiros para tomar a direcção de Silgueiros. Já em Silgueiros encontrará indicações para Póvoa do Dão.Imagine uma aldeia medieval encaixada numa encosta serrana, por entre as ondulações da Estrela e do Caramulo. De noite, as casas iluminadas formam um autêntico presépio para quem as vê ao longe, a partir da estrada que lá vai dar. De dia, é a Natureza que ilumina a paisagem, com os medronheiros, os carvalhos, os castanheiros, as árvores de fruta, o borbulhar do rio Dão, os javalis, as perdizes, as lontras e os esquilos.
O melhor de dois mundos
Nesta nossa profissão, é comum utilizarmos o termo “refúgio” para caracterizar um lugar em que nos conseguimos abstrair verdadeiramente do nosso quotidiano. Mas quando encontramos refúgios como a Aldeia da Póvoa Dão, apetece-nos superlativizar o termo, pois as outras vezes em que recorremos a ele empalidecem por comparação.
Estamos a falar de um trabalho exemplar no que toca à recuperação de uma aldeia tipicamente portuguesa e sua transformação num projecto de turismo em espaço rural. Exemplar porque todos os requisitos estão cumpridos: temos o ambiente bucólico, a tranquilidade, o ar límpido, o rio, o contacto mais directo possível com a Natureza no seu mais puro estado, a boa mesa com receitas da avozinha confeccionadas com produtos caseiros (e biológicos) e a ajuda inestimável dos fornos a lenha, as casinhas individuais em granito por fora e madeira por dentro.
Mas também temos os acessos fáceis, os interiores das casas decorados com requinte e munidos de tudo o que hoje em dia consideramos sinónimo de conforto, a piscina, os courts de ténis e a proximidade de uma cidade como a de Viseu que, a uns meros 15 km de distância, tem para oferecer História, animação, comércio para todos os gostos e mais ainda golfe, clubes hípicos ou até uma pista de esqui artificial.
Como nos tempos de criança
Uma coisa é certa: uma estadia, ainda que breve, nesta encantadora aldeia atravessada pelo Dão e rodeada por uma produtiva quinta, vale como uma viagem ao passado, seja um passado real ou um cenário imaginado. Aquela ideia de férias no campo, longe de tudo, em permanente aventura e descoberta, com dias floridos e noites estreladas, com fruta apanhada das árvores e pão a sair do forno, com sonos profundamente reparadores e energia para gastar e para armazenar, é aqui concretizada.