Instalado numa dependência do antigo Convento de Monchique e com magnífica vista sobre o Douro, ocupa o lugar do antigo restaurante Sessenta Setanta. O Sardinha Alfândega, irmão do Sardinha de Espinha, baseia a sua oferta numa seleção de bom peixe. Conta com animação e noites de música ao vivo.
Acessos para deficientes:Com uma cozinha delicada e vistas soberbas sobre o rio Douro, o Sessenta Setenta é um restaurante incontornável na cidade Invicta.
Alojado em parte do antigo Convento de Monchique, o Sessenta Setenta, fazendo jus ao trocadilho da designação (se senta, se tenta) é realmente tentador. A decoração, sóbria, mas de extremo bom-gosto, tem como remate de ouro uma vista sublime sobre o Douro.
Os responsáveis por tão agradável casa de comida são Francisco Meireles, o chefe, e o arquitecto Lourenço Roqui, um dos sócios, que recuperou integralmente esta dependência do Convento de Monchique, transformando-a num espaço de uma simplicidade desarmante.
As paredes de pedra estão pintadas de cinza e o mobiliário de linhas direitas é disposto geometricamente ao longo da sala. Esta é iluminada, consoante a altura do dia, pela luz que jorra da janela ou por discretos candeeiros, ora suspensos no tecto, ora aplicados a cada mesa. Assim, se à hora de almoço, o restaurante é sobretudo acolhedor, à noite as velas e a iluminação artificial dão outro mote – o do romantismo.
A cozinha, por seu lado – e o que nos traz de facto por aqui -, suplanta as expectativas. Sem sombra de dúvidas que Francisco, apesar de nos garantir a ausência de formação clássica na área, é senhor de uma técnica segura, capaz de surpreender com paladares inusitados.
Tanto que arrecadou o prémio de melhor sobremesa com uma original Pêra Glacé, no concurso organizado pela Chivas Regal (o júri era presidido pelo conceituado chefe Vítor Sobral), em 2005. E pensar que há apenas três anos trabalhava no ramo automóvel…
O chefe parece criar segundo a inspiração do momento. Não gosta, por isso, de adiantar muitos pormenores sobre a sua cozinha – apenas que prefere “não misturar muitos alimentos, pois quanto menor é a intervenção nos produtos, melhor e maior é o aroma”.
E também prefere não conotar o seu restaurante com nenhum tipo de gastronomia em particular, servindo pratos tão distintos como Sapateira com Pêra Abacate, Rodovalho com Espargos ou Cabidela de Capão.
Nós aprovamos a política de simplicidade, até porque o Patattu, entrada da sua autoria, confeccionado à base de batata, fava, feijão e açafrão, que experimentámos, é soberbo. Ainda mais quando se tem o Douro, os rabelos e as caves do vinho do Porto, já do lado de Gaia, por companhia.