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Restaurante Aromas da Beira Baixa

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Aberto em 2014, o Aromas da Beira Baixa é restaurante e mercearia dedicado à promoção da região da Beira Baixa, dos seus produtos e tradições. Uma ligação direta entre o produtor e o consumidor, dando a conhecer os melhores produtos da região. A sala de refeições, situada num primeiro andar, oferece um ambiente aconchegante, com decoração em estilo rústico e regional.

Dia(s) de Encerramento: Domingos
Estacionamento: Sim
Lotação: 50
Serviços: Esplanada
Tipo de Restaurante: Portuguesa
Horário de Funcionamento: De segunda a sábado das 11:00 às 20:00.
Morada: Avenida Marquês de Tomar 38
Código Postal: 1050 156 LISBOA
Tel: 211964662
E-mail: aromas.beirabaixa@gmail.com
Site: www.facebook.com/ABeiraBaixa
Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa
Freguesia: Nossa Senhora de Fátima

Aromas da Beira Baixa - Lisboa


Maranhos à mesa, pão e queijo no alforge


Nelson Jerónimo Rodrigues

Neste restaurante e mercearia das Avenidas Novas, em Lisboa, dão-se a provar os pratos típicos da Beira Baixa e convida-se a levar para casa os melhores produtos da região. Um recanto tradicional e castiço com pitéus (e mimos) à moda da D. Mila, a matriarca da família que trouxe um cheirinho de Malpica do Tejo para o centro da capital.

O número 38 da Marquês de Tomar, em Lisboa, até poderia passar despercebido aos mais apressados mas uma manequim à porta com trajes típicos desperta curiosidade para o primeiro andar. Quem responde ao chamamento não deixa de ficar surpreendido com o que encontra lá em cima: um espaço rústico e tranquilo, como se uma pacata aldeia beirã estivesse escondida no interior daquele edifício das Avenidas Novas.

A ideia foi de Bruno Brito, jovem com raízes na Beira Baixa (a mãe, D. Mila, é de Malpica do Tejo e o pai, António, do Fundão) que cresceu rodeado pelos melhores produtos da região. E porque não trazê-los para Lisboa e dá-los a provar ao mundo? Dito e feito, em janeiro de 2014 abriu o Aromas da Beira Baixa, restaurante e mercearia dedicado em exclusivo aos saberes e sabores daquelas paragens. Alguns dispensam apresentações, outros são autênticos segredos resgatados diretamente junto dos produtores locais.

Produtos tradicionais e um gin dos novos tempos

Para lá de uma pequena escadaria revela-se uma sala ampla, decorada a preceito com fotografias e pinturas da região, objetos antigos ligados à agricultura e à cozinha, peças de olaria e até instrumentos musicais, como um adufe de Monsanto. Logo à entrada, um balcão feito com paletes e uma montra com produtos regionais fazem as honras da casa. Queijos de Alcains, da Sertã ou da Gardunha, enchidos de Malpica do Tejo ou de Proença-a-Nova, pão de Penha Garcia e bolos secos (os tradicionais esquecidos e borrachões) de Castelo Branco e Penamacor são apenas algumas das iguarias que deixam os visitantes com água na boca.

Segue-se a primeira zona de mesas, umas para duas pessoas, outras para grupos, que este estabelecimento convida a longas patuscadas com os amigos ou a família. Quem preferir levar para casa tem muito por onde escolher e quase tudo à mão de semear. Nesta zona as prateleiras estão cheias de garrafas de azeite e produtos gulosos, como mel de Castelo Branco e Vila De Rei ou doces e compotas de Oleiros e do Fundão. Mesmo em frente, exibem-se os vinhos, casos do Quinta dos Termos, de Belmonte, ou do Almeida Garrett, do Tortosendo. Mas em matéria de bebidas, a grande novidade é mesmo o gin da Beira Baixa – o Wild Snou Dog -, produzido na Covilhã e destilado das bagas de zimbro selvagem da Serra da Estrela.

Num canto da sala, um painel em fotografia retrata uma rua íngreme e xistosa de Piodão e a dois passos dali, mais ao fundo, fica a zona da cozinha, servida por um grande balcão. Estes são os domínios da D. Mila, beirã de gema com mão para a cozinha que aprendeu quase todos os truques culinários com a mãe e a avó. Aqui, o cheirinho dos pratos faz jus ao nome da casa – Aromas da Beira Baixa – e pronuncia o que de bom está para vir. Estamos a falar dos sabores, pois claro…

Bucho, maranhos ou plangaio?

A nossa prova aconteceu no mais recente espaço da casa, um terraço situado nas traseiras do edifício onde saltam à vista as paletes cor de laranja que seguram dezenas de vasos com plantas e ervas aromáticas. Durante o Verão é o local predileto dos clientes, mas os dias mais frios e chuvosos já pedem o aconchego da sala interior. Em qualquer das ocasiões, o ambiente é sempre descontraído e familiar, por vezes a fazer lembrar as antigas mercearias e cafés de aldeia. Mas seguimos sem mais demoras para a mesa que os pitéus já estão a caminho…

Para entrada, uma tábua de queijos e enchidos da Beira Baixa, acompanhada por pão regional num tachinho de esmalte. Segue-se um prato com duas das principais especialidades da casa: o bucho recheado, com vários tipos de carne (porco, galinha, novilho e galinha), presunto, laranja, ovo e salsa; e os maranhos, um bucho de cabra com arroz, carne de cabra, presunto, chouriço e hortelã. Como alternativa, também há migas de peixe, sopas da Boda (pão demolhado com grão e carne de porco), bucho de ossos (estômago de porco, com ossos da suã, uma parte da espinha do porco) e plangaio, bexiga recheada com massa de farinheira e osso. Sob encomenda ainda é possível provar cabrito estonado (assado com pele, como acontece com o leitão), além de um cozido à portuguesa especial, composto por 11 enchidos diferentes.

Quem preferir uma refeição mais leve poderá pedir, por exemplo, uma salada com queijo de cabra ou uma salada de sardinhas com laranja que, embora não seja um prato típico da Beira Baixa, faz parte das memórias de infância da D. Mila. E o mesmo acontece com a tigelada de Castelo Branco, caseira como não podia deixar de ser. A opção mais económica é o menu do dia (só aos almoços) que junta uma sopa, um prato principal, uma sobremesa e uma bebida por 7,5€. Já o atendimento, familiar, simpático e atencioso é por conta da casa. Bem ao jeito das gentes da Beira Baixa.

2015-10-12
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