Este parque natural abrange 38.900 hectares do maciço calcário estremenho que integra as serras de Aire e Candeeiros, o planalto de Santo António e parte do de São Mamede. O tempo e a água modelaram o calcário, originando surpreendentes fenómenos geológicos: centenas de grutas (algumas exploradas turisticamente como as de Santo António, Alvados ou Mira d´Aire); algares (poços verticais dando acesso ao subsolo); campos de lapiás (blocos de rocha fissurada onde a água se infiltrou); poldjes e dolinas (depressões fechadas no fundo das quais se formam pequenas lagoas). Na extremidade sul do parque, perto de Rio Maior, continuam a ser exploradas jazidas de sal-gema, conhecidas desde os romanos. O monumento natural das pegadas de dinossáurios é outro dos pontos de visita obrigatória do parque. Localizada na vertente oriental da serra de Aire (no concelho de Ourém, a 10 km de Fátima e a 16 de Torres Novas), a jazida paleontológica das Pegadas de Dinossáurios da Pedreira do Galinha, data do jurássico médio, há cerca de 175 milhões de anos. Descoberta em 1994 encontra-se entre os registos mais antigos de saurópodes a nível mundial. O Centro de Interpretação Subterrâneo da Gruta da Pena é outro local do parque a merecer destaque, estando instalado numa gruta descoberta em 1985. Aqui o visitante pode ficar a compreender melhor os complexos fenómenos ligados à génese das grutas e à circulação das águas subterrâneas.
Área: 38.900 ha.É uma caminhada que se desenvolve pelo troço mais a sul da Linha Mineira do Lena, traçado explorado por uma companhia de caminho-de-ferro que operou até aos anos 1930 entre Martingança, Batalha, Porto de Mós e Bezerra. O traçado, tipicamente ferroviário, garante que não haja grandes desníveis. Em contrapartida há muita pedra solta do antigo balastro da linha durante os primeiros quilómetros. Como se desenvolve ao longo da cumeada da serra de Pevide tem amplas vistas, primeiro para leste e, na fase final, para oeste e norte. Não faltam antigos túneis, abertos na rocha viva, para dar emoção à viagem.
Resumo do roteiro:
Região: Oeste (Porto de Mós)
Como chegar: Pela EN1 (Lisboa-Porto), derivando para Porto de Mós a sul da Batalha.
Pela auto-estrada A8 saindo no nó de Óbidos para a A15 até Rio Maior (onde deve seguir a EN1, direção Leiria)
Pela A1, saída no nó de Fátima, direção Batalha e depois EN1, direção Lisboa (para quem venha de norte); saída no nó de Santarém para a A15 até Rio Maior, onde deve seguir a EN1, direção Leiria (para quem venha de sul)
Início: Aldeia da Bezerra, 8 km a sul de Porto de Mós (acessível pela estrada para Serro Ventoso)
Fim: Porto de Mós
Época aconselhada: Primavera e Outono
Extensão: 6 km
Características: Passeio em linha por antiga plataforma ferroviária
Sinalização: Existe mas só coincide parcialmente com o itinerário proposto
Dificuldade: Médio/fácil
Outros: Piso irregular com cascalho solto na primeira parte do percurso
Cartas 1/25.000 do IGOE: 308 e 318
Cartão Caixa Carbono Zero: o cartão que enCaixa na Natureza. Saiba mais.
Sendo este um passeio em linha pode, no caso de estar sozinho ou com um grupo pequeno, deixar o carro estacionado em Porto de Mós (por exemplo junto ao Intermarché) e tomar um táxi para a Bezerra (a 8 km). Querendo levar viaturas até ao início do percurso, de Porto de Mós tome a estrada para Serro Ventoso e derive para a Bezerra. Estacione junto à boca das antigas minas.
Tratando-se de seguir uma antiga via férrea, a navegação vai ser relativamente elementar. Ainda assim, há que procurar o troço conservado da linha ligeiramente fora da povoação, já que o crescimento desta fez desaparecer algumas centenas de metros de traçado. No resto do percurso a navegação é verdadeiramente em piloto automático, visto que se trata, apenas, de seguir em frente pela única pista existente.
Convém ter presente que, ao longo destes 6 km, não vai encontrar casas nem povoações, circunstância pela qual convém ir prevenido com a água e a comida que lhe parecer necessária (não foi por acaso que se sugeriu o estacionamento junto a um supermercado) mais a palamenta de que habitualmente um caminhante se faz acompanhar.
Para apanhar a antiga ferrovia, retroceda a pé pela estrada asfaltada por onde veio e, passados 50 m, derive à esquerda. Cerca de 200 m depois, bifurque à direita, acompanhando a curva de nível. Deixe o campo de futebol do lado direito e prossiga em frente por um caminho que, depois, passará a estrada asfaltada. Ande 400 m por esta estrada até que, numa curva pronunciada para a direita e junto a uma casa saia para o caminho de terra que segue em frente.
Início da Via Férrea
Depressa se percebe que é a antiga linha, devido à abundância de balastro solto. Só os carris é que lá não estão. Este piso irregular e móvel obriga a alguma precaução e pressupõe calçado apropriado, como sejam botas de montanha, pelo menos até ao tornozelo e com boas solas. Vão ser cerca de 3 km (metade do trajeto) basicamente a direito, com bonitas vistas sobre os vales a leste da serra. Sensivelmente em frente vai-se avistando Porto de Mós. Um «esse» muito largo corresponde, sensivelmente, ao km 2 do percurso.
Se olhar com atenção verá que o trajeto tem um pequeno declive e que, ainda que não pareça, está, na verdade, a descer. Para garantir que a pendente fosse compatível com a tecnologia ferroviária da época foram rasgadas trincheiras pelo meio da rocha ou feitos aterros sobre as zonas baixas. Mas a obra mais espetacular de engenharia são os dois túneis que surgem já na fase final do percurso. Abertos na rocha viva dão acesso à vertente ocidental da serra, começando a avistar-se o mar, a EN1, Alcobaça e a Nazaré.