Mercado emblemático da cidade do Porto, foi criado em 1850 num belo edifício em estilo neoclássico, exemplar da arquitectura civil comercial. Situa-se no coração da Baixa, entre a Rua Sá da Bandeira e a de Santa Catarina, ocupando um quarteirão inteiro. Apesar da nacessidade de obras de renovação é um local vivo, animado e castiço, cheio de vozes, aromas e cores. Classificado como Monumento de Interesse Público em 2013.
Data e Periodicidade: De Segunda a Sexta-feira das 08:00 às 17:00; Sábado das 08:00 às 13:00.“Vai um quilinho de clementinas?”, diz uma voz calorosa no meio das caixas de fruta do Mercado do Bolhão, no Porto.
Por ali, vendedoras de meias grossas e xaile aconchegado ao pescoço continuam a ser o maior atractivo do ponto de venda mais genuíno da cidade. Por entre o cheiro a flores, hortaliça ou peixe, barulhos vários misturam-se com o corrupio de gente que diariamente o atravessa, nem que seja o turista para mais uma fotografia. Sem o brilho dos tempos áureos, o aspecto nostálgico continua a ser interrompido pela irreverência dos pregões. Situado na freguesia de Santo Ildefonso, a pouca distância da comercial Santa Catarina e construído no início do século passado numa zona onde existia uma bolha grande de água que, no linguajar da Invicta rapidamente se transformou em “bolhão”, o edifício ocupa um quarteirão de respeito.
Agora, este símbolo por excelência do verdadeiro sentir tripeiro, tal como se conhece, pode estar em vias de desaparecer com o novo projecto de reabilitação que, no entender de muitos, pode mudar por completo a mística que lhe está associada. A Câmara do Porto deu início ao projecto de construção do mercado em 1837 mas só em 1850 é que se começam a edificar barracas de venda. Excelente exemplar da arquitectura civil comercial, o edifício, em estilo neoclássico tardio, em linhas rectas e de aspecto sólido, com direito a imponentes torreões nas esquinas, foi construído com um pátio aberto no meio, um chafariz com quatro bicas, uma galeria coberta e frondosas escadarias que permitiam a circulação pelos três pisos. Se não conhece este mercado, não deixe de o visitar pelo menos enquanto a tradição, ainda é o que era.
2008-01-23