Restaurante especialista em mariscos, com longa tradição no Porto (abriu em 1976). Reabriu no final de 2014, remodelado e com nova gerência, continuando a apostar na vertente de marisqueira e cervejaria.
Acessos para deficientes: NãoQuase três décadas de existência, com clientela fidelizada já por várias gerações, é fenómeno de respeito. É este um dos factores que definem esta casa, que na realidade se chama restaurante marisqueira Gambamar, mas não deixa de ser para todos, mais ou menos frequentes clientes, sem sombra de dúvida, o Snack Bar do Porto.
Afirmação que não pode esquecer os seus companheiros no que foi então novidade na restauração dos anos 70, o snack bar com o seu balcão, algo entre marisqueira e restaurante. São eles a Cufra , situada não muito longe, na Avenida da Boavista, um curioso exemplar da arquitectura da época, e o Capa Negra, mais recente, mesmo perto, no Campo Alegre. Em Matosinhos a história é diferente, mas fica para outra altura.
Muitas histórias para contar
O balcão do Gambamar representa uma vivência que merecia uma análise mais detalhada. São muitas horas de descanso a ler os jornais de sábado e de domingo, com a simpatia discreta e silenciosa dos empregados por companhia, um almoço, jantar fora de horas com a disponibilidade que merece bem a repetição, simpatia dos empregados, elementos, na sua maioria a fazer parte da casa , o que é sempre bom sinal, e que contam com muitos amigos entre os clientes que começaram, adolescentes a beber uma, ou mais, sangrias, conforme o caso, e hoje levam os netos a almoçar.
É caso para dizer, que, se o balcão falasse...As histórias que não teria para contar! Mas não se imagine que são apenas solitários que frequentam o balcão mais concorrido da Invicta cidade. O número ideal será de duas a três pessoas para poderem conversar. Mais, só com uma disposição estratégica a aproveitar o correr do balcão, em horas de muito pouco movimento. E não posso deixar de referir os lugares de “eleição”, disputados pelos frequentadores mais assíduos, junto à janela que dá para a rua.
Mas a vista dos outros, lugares, entenda-se, não desmerece. Uma variedade imensa de marisco fresco, de belo efeito cromático, onde sobressaem os melhores camarões da costa, fresquíssimos, sabor a mar frio batido garantido, e onde se pode observar a destreza eficaz da confecção dos pregos e das francesinhas, com o segredo do seu molho por decifrar.
Francesinhas que fazem parte, relevante, da fama desta casa. Com uma ressalva. O passar do tempo e, ao que me foi explicado, o maior apetite do cliente acrescentou ao recheio da praxe um bife, aliás elemento presente nas outras casas do género, que, para mim, carrega ainda mais este petisco, já de si um peso pesado embora delicioso. Assim fica o conselho para quem quiser experimentar, de pedir a versão sem bife e sem o camarão de enfeite.