Trata-se de uma Pousada Histórica (Prémio Nacional de Arquitectura, em 1985), uma vez que nasceu da recuperação do Convento dos Agostinhos, do século XII, resultando na majestosa Pousada de Sta. Marinha. O Parque da Penha constituído por diversos jardins, fontes de granito, painéis de azulejos, diversas varandas e terraços propiciam uma magnífica vista sobre a cidade. Tudo isto convida a uma estada longa e recheada de bons sabores culinários e vinícolas. O Bacalhau com broa, os Rojões à minhota e o Toucinho do céu de Guimarães.
Acessos: A 27 de Braga: N101, A11, A7/IC5.No ano em que o Castelo de Guimarães foi eleito uma das «7 Maravilhas de Portugal», rumámos à Cidade-Berço para descobrir por que razões foi esta eleita para acolher duas Pousadas de Portugal...
Pousada de Santa Marinha
Do alto de uma colina, na encosta do Monte da Penha, ergue-se a Pousada Histórica de Santa Marinha, uma recuperação e adaptação brilhante de um mosteiro do séc. IX, que valeu ao arquitecto Fernando Távora (1923-2005) o Prémio Nacional de Arquitectura em 1987.
Foram os frades Agostinhos que ali ergueram a igreja que hoje deslumbra fiéis e visitantes com a riqueza da arte sacra e das pinturas que encerra. Terá sido D. Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques, a doar o mosteiro aos cónegos, em 1152, no cumprimento de um voto feito a Santa Marinha, zeladora pelas parturientes.
Por ali passaram também os padres Jerónimos, a partir de 1528, autores de algumas modificações no conjunto arquitectónico. Já na posse de particulares, o mosteiro foi assolado por um incêndio, em 1951, que destruiu grande parte da ala oriental, apagando da superfície da terra um vasto património, sobretudo em azulejos. Sobreviveram, felizmente, a Sala do Capítulo e a varanda de Frei Jerónimo, em cujas paredes se podem "ler" os costumes portugueses do séc. XVIII. Entre estes dois espaços estende-se um corredor tão grande, tão longo, tão alto, que servia de pista de treino para os cavalos do proprietário anterior ao Estado português.
É precisamente nesta ala da Pousada que se encontram os quartos "antigos", resultantes da recuperação das celas do mosteiro. De decoração clássica e ambiente romântico, compensam em charme o que, por constrangimentos próprios da autenticidade, faltar em dimensão.
A espessura das paredes é tal que permitiu a incorporação de bancos de pedra no vão das janelas, de onde se aprecia a paisagem sobre a cidade. Na ala moderna, engenhosamente integrada no complexo, a decoração dos quartos corresponde à actualidade das linhas exteriores. Nós preferimos esta, cujas paredes parecem repetir cânticos decorados há muitos séculos, e cujo chão de madeira responde à nossa passagem como que queixoso de tanto casco de cavalo. Nas salas de estar dividimo-nos entre ler um livro, dos muitos disponibilizados aos hóspedes, admirar o mobiliário de estilo e os retratos a óleo que nos habituamos a cumprimentar, ou espreitar os claustros do convento, velados pela torre da igreja e temperados pela musicalidade da fonte - a mesma musicalidade que se funde com as notas do piano tocado no bar, no piso inferior, nas noites de quinta-feira e de sábado. O som de água a correr marca presença constante ao longo de toda a nossa estadia: a fonte da varanda de Frei Jerónimo, o sítio certo para se estar ao pôr-do-Sol, embala-nos pela noite adentro. À porta do restaurante corre mais água, como que a convidar-nos para desfrutar dos prazeres de uma refeição regional de qualidade superior, ou para provar "o melhor Leite-Creme do mundo", assunto para uma reportagem a publicar brevemente na rubrica «Comidas», em conjunto com o restaurante da Pousada de Nossa Sra. da Oliveira, no centro histórico da cidade. Sobre comidas, acrescente-se que os pequenos-almoços buffet faustosos, imagem de marca das Pousadas de Portugal, são aqui cumpridos à risca. E ainda que, a partir de 2 de Agosto deste ano, poderá adquirir em Santa Marinha os melhores produtos da região, graças a uma parceria com a Casa Gourmet de Guimarães.
2007-08-01
