O Lisboa Story Centre - Memórias da Cidade é um centro de interpretação dedicado à história de Lisboa, inaugurado em setembro de 2012. Promovido pela Associação de Turismo de Lisboa e pela Câmara Municipal, é um projeto inédito no país e uma plataforma de conhecimento e interatividade que, inspirado nos factos e eventos que moldaram Lisboa - com particular enfoque no Terramoto de 1755 e nos planos da Baixa Pombalina -, convida o visitante a descobrir o património, de forma lúdica e interativa.
Este equipamento recria, através de uma "viagem no tempo" com a duração de cerca de 60 minutos, orientada por um audioguia em vários idiomas e com recurso a efeitos especiais e tecnologia, os principais acontecimentos da memória coletiva da capital portuguesa. Uma experiência imersiva, representada no teatro, dá ainda a conhecer os momentos marcantes da catástrofe natural que devastou Lisboa.
A vida, as memórias e as personagens mais marcantes da capital portuguesa são revisitadas neste centro de interpretação que conta séculos de história numa viagem de apenas 60 minutos. De Ulisses aos nossos dias, passando pela época dos descobrimentos, terramoto de 1755 e reconstrução pombalina, o espaço mostra que Lisboa também se pode ver, ouvir, sentir e até cheirar dentro de quatro paredes.
Lisboa, a cidade das sete colinas é também a cidade das setes vidas e quase todas passaram pelo Terreiro do Paço por isso seria difícil encontrar melhor morada para o mais novo e interativo contador de histórias da capital: o Lisba Story Centre. O espaço assume papel principal na prometida revitalização da praça e ocupa boa parte da ala nascente, outrora ocupada por ministérios governamentais.
Ouvir o passado
Como qualquer história, também esta começa “há muito, muito tempo”, quando o herói grego Ulisses funda a cidade de Olissipo. Um mito dirão alguns, um facto argumentarão outros, mas que desperta rapidamente o imaginário dos visitantes, por esta altura ainda às voltas com os auscultadores do áudio guia que receberam à entrada. E durante toda a visita, estimada em cerca de 60 minutos, serão eles a “segredar-nos” as memórias de Lisboa.
Além do português, a visita ouve-se em mais sete línguas – inglês, francês, espanhol, alemão, mandarim, japonês, russo – e para as crianças há uma versão especial, mais simples e divertida. Em três passos (e outros tantos monitores) se passa da ocupação dos fenícios, romanos e mouros para a época dos Descobrimentos portugueses. Um mapa do Tratado de Tordesilhas, uma esfera armilar e cinco réplicas (miniatura) de caravelas prendem-nos o olhar e a atenção enquanto vamos apurando os sentidos para a sala que se avizinha.
Cheirar as especiarias
De um espaço com linhas modernas e estilizadas passamos agora para umcorredor escuro, cheio de (falsas) teias de aranha e caixas amontoadas. Acabámos de entrar no “Armazém do Mundo”, onde se recriam os ambientes, as texturas e os cheiros das especiarias que marcaram a época dos Descobrimentos. Sim, os cheiros também, graças a um dispositivo que vai libertando estes odores.
Na sala seguinte o nosso olhar prende-se de imediato no teto, onde está pendurada uma réplica da Passarola de Damião de Gusmão, padre e inventor que criou o primeiro balão operacional. Ao lado desta, mas já em terra firme, está uma caravela que, diz o áudio guia, nos transporta até ao tempo “dos homens mais corajosos da História que souberam ir ao inferno e voltar para o destruir”.
E daqui seguimos em direção à misteriosa sala do Terramoto, anunciada como um simulador do mais destrutivo desastre natural a atingir a capital portuguesa. Pelo sim pelo não benzemo-nos num altar que existe junto à entrada…