Jardim da autoria do arquitecto paisagista António Viana Barreto com a colaboração do arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Teles (1962/1969), tem cerca de 8 ha, e onde se incluem algumas árvores e algumas espécies únicas da flora. É fortemente marcado pelo facto de possui um grande lago e um conjunto de estatuária moderna disposta pelos seus espaços. O conjunto formado pelos edifícios da Fundação Calouste Gulbenkian (sede, museu e auditório), plenamente integrados nos seus jardins, são uma referência mundial da arquitectura do século XX. Em 2005 iniciou-se uma renovação e reformulação dos espaços verdes, obra a cargo de Gonçalo Ribeiro Teles.
Dia(s) de Encerramento: Não encerraOs nossos sentidos dizem-nos que estamos nos Açores vulcânicos, no fresco do Gerês ou num prado minhoto. Mas a verdade é que não saímos do cruzamento entre a Avenida de Berna e a Avenida António Augusto Aguiar, em Lisboa. Isto é Gulbenkian.
A história desta quinta, onde hoje está instalada a Fundação Gulbenkian, vai longa e dela há registos desde meados do século XVIII. Como parque de Santa Gertrudes, foi Jardim Zoológico e Feira Popular e até uma residência privada para condes aqui já existiu. Hoje, a Fundação Gulbenkian e os seus jardins primam mais pela flora que pela fauna e têm as suas portas sempre abertas. Não há segredos neste microcosmo da paisagem natural portuguesa. Mas há surpresas.
Aparências que iludem
Quando o multimilionário arménio Calouste Gulbenkian, depois de morar largos anos em Portugal, pensou na fundação a que iria legar o seu nome e colecção de arte, idealizou-a como um espaço onde Arte e Natureza coabitassem em harmonia. Foram precisos 8 anos (entre 1961 e 1969) para criar as condições ideais num local propício, mas o projecto dos arquitectos Viana Barreto, Gonçalo Ribeiro Telles e Azevedo Coutinho, faz justiça ao legado Gulbenkian.
Quem chega pela entrada principal, de frente para a sede, não imagina estar sobre uma cobertura jardim – espaço verde construído artificialmente sobre um edifício. Mas a verdade é que imediatamente debaixo do prado que se estende no horizonte e das árvores que nele repousam, está um parque de estacionamento. A separar verde e cinzento há apenas 30 centímetros de terra.
Tal facto não é raro nestes jardins, é antes regra. Cerca de um terço dos espaços verdes que vê estão construídos sobre betão, inclusivamente o lago central. Mas deixe que a ilusão assente. A viagem vai saber-lhe melhor.