Integrado no Centro de Congressos de Lisboa, o Estado d` Alma é um bistrô onde se respira vinho. Serve almoços e jantares compostos por comida simples portuguesa e petiscos (pica pau de canguru, pernas de rã, gambas à guilho, tábuas de queijo e enchidos, etc). Tem uma garrafeira variada onde poderá comprar vinho para levar para casa ou beber lá. (Tem serviço de vinho a copo). Organiza noites temáticas como jogos de tabuleiro, noites de quiz, karaoke, música ao vivo, Dj e dança do ventre.
Dia(s) de Encerramento: Não encerraRespostas na ponta da língua
Ainda há quem contrarie o frio das noites de inverno e saia de casa todas as terças-feiras, aos serões, só para encontrar os amigos e testar conhecimentos. São os quizzes de Lisboa que surgiram em Portugal há mais de década e meia e vieram para ficar.
Da Irlanda até Alcântara
A moda começou nos bares da Irlanda e quando chegou a terras lusas foi também por via de um irish pub (Cais do Sodré) que entrou. Na altura as perguntas eram formuladas em inglês e havia um português que não abdicava destas noites de perguntas de cultura geral. Júlio Alves não só jogava como anos mais tarde foi também o percursor dos quizzes na língua de Camões. Corria o ano de 1998 e o local escolhido foi um bar na Madragoa.
Hoje há mais gente a organizar quizzes. João Silva e Carlos Santos são dois dos nomes bem conhecidos destas soirées culturais. Encontrámos ambos, a uma terça-feira, no Estado d’Alma, garrafeira, bar e bistrô, na Rua da Junqueira, em Alcântara. O primeiro a ditar as perguntas que elaborou e o segundo apenas a jogar.
Cada vez são mais os locais que organizam este tipo de jogo e os aficionados também não param de crescer. Não há limite para o número de equipas mas convém que os grupos tenham mais ou menos o mesmo número de pessoas ou seja, cinco ou seis, para a competição ser mais renhida.
Sabichões e aprendizes à prova
Às 22 horas, os ecrãs do Estado d’Alma deixam de transmitir a programação dos canais de televisão e passam a desvendar as perguntas. São 50 no total, com direito a um intervalo de cerca de 15 minutos quando chegamos às 25.
Munido de microfone, João Silva, professor de profissão e fazedor de quizzes nas horas vagas, vai lendo as questões do jogo número 170 e dando as explicações que considera necessárias. Se houver dúvidas, levanta-se o dedo e pede-se mais esclarecimentos. Atualidade, efemérides, história, biologia, desporto, música e cinema são alguns dos temas abordados. Há até quem faça as equipas escolhendo os amigos pelas diversas “especialidades”.
As equipas afinam estratégias, sabem que há rasteiras à mistura, e João Silva vai estando de olho na batota. Conversas com outras equipas, consultas no telemóvel, tudo isto é proibido. Diga o nome de um dos dois processos de divisão de células. Além de escritor, que outra profissão tinha Lewis Carroll? - são algumas das questões colocadas.
No fim, cada equipa entrega a folha preenchida que lhe foi distribuída no início do jogo e quem tiver mais respostas certas, vence. Os frequentadores assíduos sabem que levar o trabalho de casa feito, pode ajudar e muito. Que famosos fazem anos naquele dia e estar a par das notícias da última semana é um bom prenúncio de sucesso. Nas mesas estão copos de vinho, chás, provavelmente para acalmar e águas das pedras (para digerir melhor uma possível derrota?)
Não é fácil traçar um perfil dos participantes. Há jovens universitários, professores, reformados e até papa concursos televisivos. Quem vai a primeira vez, geralmente volta e João Silva anima o Lifecooler dizendo que para estreantes, acertar metade já é bom. Mas a equipa entusiasmou-se e até fez mais do que isso arrecadando um honroso 4º lugar num total de 12 equipas.
O saber não tem preço
Como estas noites são bem animadas, aceite o conselho e marque mesa. De verão os participantes espalham-se pela esplanada que de inverno, se não chover, também está à altura. Cada participante paga um preço simbólico (1€) que reverterá a favor do primeiro prémio (15€ de consumo na casa). Os dois últimos classificados também recebem um mimo de consolação.
Quando já for um pró dos quizzes pode pensar inscrever-se na cascata. Não há respostas por escrito, é tudo dito alto e a bom som. A pergunta é dirigida a uma equipa e se esta não souber a resposta, passará para a seguinte e por aí vai em diante. As provas duram cerca de 4 horas e são eliminatórias.
Seja numa noite de quiz ou de cascata, no final de contas, ganhar é apenas um detalhe porque o divertimento e os conhecimentos adquiridos são o verdadeiro troféu.