Aberta em dezembro de 2013, é uma casa de pasto do mundo, como petiscos e bebidas de várias paragens. Uma autêntica volta ao mundo em sabores sem sair da pitoresca Rua das Taipas, no coração do Porto.
Dia(s) de Encerramento: SegundasNas entranhas da zona velha, há uma casa onde somos convidados a comer o que houver, para pagar o que acharmos bem. Sopa, petiscos em conserva, legumes biológicos ou doces caseiros, cada um decide o valor justo.
A descida vai antecipando o ambiente, como se o caminho fizesse também parte da experiência. Estamos na Rua das Taipas, que corre sinuosa desde o Campo Mártires da Pátria até bem perto do Palácio da Bolsa, abraçando três das freguesias mais caraterísticas do Porto. Vitória, Miragaia e S. Nicolau disputam esta zona antiga, nem sempre sendo muito claro onde uma termina e outra começa.
Terá sido casualmente que diversos estrangeiros descobriram no início a Canastra Azul, enquanto exploravam as ruelas escuras da cidade. Mas agora muitos vêm de mapa na mão, à procura da morada, depois de as redes sociais terem posto em prática aquilo a que chamamos globalização. Não deixa de ser curioso que alguém em Tóquio escreva sobre um sítio que fica do outro lado mundo, numa rua escondida nos meandros do Porto.
Casa de pasto não é figura de estilo, que ninguém venha à procura de um restaurante, insiste o dono, Zé Carlos. Aqui tratamo-nos pelos nomes próprios ou pelos diminutivos, quando os houver, que o ambiente não podia ser mais doméstico. É um prolongamento da habitação, por isso não há horário, nem regras muito rígidas para sermos recebidos. Se a porta estiver fechada, é tentar a nossa sorte, batendo.
Transposta a entrada, é como se entrássemos numa fotografia difícil de datar. Sabemos que é antiga, pois muitos objetos despertam reminiscências da infância ou de uma certa ideia de outros tempos que construímos com imagens dispersas. Mas ao mesmo tempo há quadros que nos devolvem à atualidade.