O País das Uvas está instalado numa antiga adega, oferecendo um ambiente verdadeiramente regional e castiço. Equipamentos das anteriores funções, como as características talhas de vinho, fazem parte da decoração da sala, acolhedora e genuínas, com mobiliário tipicamente alentejano. A ementa revela-se igualmente regional, tradicional e fiel ao receituário do Alentejo.
Animação: Cantares alentejanosOnde antes era uma simples adega, na simpática Vila de Frades, fica hoje o Restaurante País das Uvas. E o leitor pergunta: o que mudou? Tudo… Menos a essência. É certo que as paredes não são exactamente as mesmas, e que agora se servem refeições de garfo e faca, mas naquelas talhas centenárias ainda é produzido (e bebido) o vinho da casa.
Comecemos pela história. O restaurante herdou o nome do livro de contos do escritor alentejano Fialho de Almeida. Mas ao contrário do livro, aqui não se homenageia um país inteiro de viticultores e enófilos, só a região da Vidigueira… E as suas uvas.
Senta-se numa mesa de madeira, ao estilo taberneiro. Sobre esta está a velha toalha de papel, onde pode rabiscar no decurso do almoço ou jantar. Durante toda a refeição, os copos de vinho não faltam. E se olhar à sua volta percebe porquê.
Junto às talhas que rodeiam toda a sala estão os típicos jarros de barro, onde pode servir-se com o vinho que melhor lhe convier. Há os tradicionais tinto e branco. E há ainda o vinho abafado, feito antes da confecção do vinho da talha. Mas a curiosidade vai para um outro néctar, produzido com uvas brancas e uvas tintas. Lembre-se das palavras de Vasco Santana no Pátio das Cantigas: “Não é milagre, é palhete.”
E olhe que estes são vinhos históricos. O Alentejo é a única região do mundo onde ainda se produz o vinho da talha, cuja origem remonta à época romana.
No País das Uvas
Para a sua refeição pode optar por três espaços diferentes. O primeiro é a adega. Come em mesas de madeira, na companhia das velhas talhas de barro e de cimento, onde encontra ainda inscrições de visitantes que ali estiveram antes de si. Memórias em rabisco, sobretudo a louvar-lhes o néctar. A ajudar a memória, há ainda fotos do espaço nos seus tempos de adega.
Mais resguardada é a sala interior. É pequena e o local mais tranquilo da casa. Aqui o mobiliário é o típico alentejano: cadeiras com assento em palha, madeira colorida a verde e nela inscritas as pequenas flores inconfundíveis.