Se subirmos às muralhas do castelo de Palmela e olharmos para sul, primeiro veremos uma várzea fértil, ainda muito cultivada e, depois, a barreira de prédios que quase tapa o azul do Sado. Fica, desde logo, clara a hierarquia destes dois aglomerados vizinhos: Setúbal é uma quase-metrópole, com porto e indústria, enquanto Palmela é uma tranquila cidadezinha rural, no meio das vinhas. Mas nem sempre foi assim. Quando D. Afonso Henriques começou a traçar as fronteiras do recém fundado reino português, aquilo que era relevante, pelo menos do ponto de vista estratégico, era a crista rochosa onde assentavam as muralhas de um importante castelo, o de Palmela. A sua conquista foi determinante para a consolidação das conquistas feitas aos mouros, nomeadamente a tomada de Lisboa, em 1147. Olhando de longe para a cidade, pode ver-se que, mesmo passados tempos de guerras e invasões, Palmela nunca abandonou, verdadeiramente, a segurança do alto morro onde se situa a fortaleza, de onde se pode avistar também o estuário do Sado e as serras do Louro, de São Francisco e da Arrábida. É certo que o casario desceu até meia-encosta, mas não mais que isso. Logo à volta começa, de facto, o campo e aquela que, ainda hoje, é a grande riqueza desta região: a vinha. É por isso que a grande festa de Palmela continue a ser a das Vindimas, em Setembro.
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Restaurante Moscatello / Bar19
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