Porque esta semana temos o teatro na berlinda, resolvemos mergulhar no passado e (re)descobrir alguns dos clássicos desta arte quase intemporal. De Sófocles a Pinter, destacámos algumas das peças que marcaram gerações. E damos a dica, uma delas está agora em cena num teatro perto de si...
Os Persas, Ésquilo (472 a.C.)
A tragédia mais antiga e mais bem conservada da literatura ocidental foi assinada por Ésquilo.
O autor trata um tema que lhe era contemporâneo chegando a debruçar-se sobre factos históricos, ao invés de mitológicos, como seria hábito das tragédias gregas. O tema foi então a guerra entre persas e atenienses em que Xerxes procurou invadir a Grécia. A acção acontece pouco depois da batalha de Salamina, onde os persas foram vergonhosamente derrotados, e toma lugar na cidade de Susa, capital do Império persa. Aqui, o espectro de Dario, antigo rei persa, lamenta a derrota e condena a imprudência de Xerxes.
Édipo Rei, Sófocles (427 a.C.)
Tragédia grega por excelência, conta com todos os elementos que a compõem, da hybris (desafio aos deuses) à catástrofe (desfecho trágico).
Nela Sófocles conta a história de Édipo, filho do rei Políbio que cedo é criado por outra família. Quando atinge a idade adulta, o oráculo revela-lhe que está destinado a matar o pai e a desposar a mãe. Ignorando que é adoptado, Édipo foge da sua cidade para evitar cumprir o seu destino. Acaba por encontrar e matar Políbos enquanto deambula pela Grécia. Mais tarde, já em Tebas e por desvendar o enigma da esfinge e salvar a cidade, ganha o direito de desposar a rainha Jocasta, viúva de Políbos, e que ele desconhece ser sua mãe. Quando a verdade se lhe revela, Édipo cega-se.
Andreia Melo 2009-03-25