Atraídos pelo ouro que se escondia na serra de Penha Garcia, os romanos descobriram por estas paragens uma riqueza ainda maior: as suas águas. São elas que trazem agora muitos forasteiros a Monfortinho em busca da cura para o corpo e da paz para a alma.
É preciso recuar até à época romana para bebermos das origens da Fonte Santa, a mãe das Termas de Monfortinho. Na altura, a sua utilização ainda não tinha fins medicinais mas há inúmeros documentos posteriores que atestam as qualidades terapêuticas destas águas minerais.
O próprio rei D. José (século XVIII) tomou conhecimento de tamanhas virtudes, quando os cães da matilha real apareceram “milagrosamente” curados do mal da “rabugem”, um problema de pele que desapareceu depois dos animais terem passado pelas nascentes da região.
As romarias até ao local sucederam-se nos séculos seguintes mas só em 1940 foi inaugurado o actual balneário termal, construído entre a frondosa vegetação do sopé da serra de Penha Garcia. Ao lado passa também o rio Erges, ajudando a compor um cenário de beleza e tranquilidade absoluta.
Saúde à flor da pele
Para lá dos grandes arcos que denunciam a arquitectura Estado Novo do edifício, abre-se uma sala ampla e de tectos altos que nos transporta de imediato para os anos dourados do termalismo português, com todo o fausto e charme da primeira metade do século passado.
Feita a inscrição, é obrigatório passar primeiro por uma breve consulta médica onde, além das eventuais contra-indicações, poderá conhecer melhor as vocações terapêuticas destas águas hipossalinas (ricas em sílica), que vão das doenças cutâneas (como psoríase e acne), às respiratórias, intestinais e reumáticas.
O rol de tratamentos e cuidados à disposição é extenso e variado e não se destina apenas aos males do corpo. De facto, são cada vez mais os aquistas (termo que designa os utilizadores termais) em busca também de um “remédio” para a alma. Todos sabem que, aqui, o stress não entra.
2011-05-04