Sobre carris - Ramal de Lagos

Visão de um outro Algarve.

Em parceria com a CP - Comboios de Portugal. Mais sugestões e todas as informações úteis em www.cp.pt.

A via-férrea entre Tunes e Lagos possibilita uma viagem tranquila e entre belas paisagens que dura menos de uma hora. A travessia dos laranjais de Silves, a ponte sobre o rio Arade, à entrada de Portimão, as vistas sobre a Ria de Alvor e a Meia Praia são os pontos altos do trajecto.

Há uma visão redutora segundo a qual o Algarve se resume à praia. Quem assim pensa, provavelmente, só conhece uma forma de chegar a Albufeira ou a Lagos: de carro e pela auto-estrada. A verdade é que este extremo sul do território continental português tem muito mais para oferecer a quem o visita, seja do ponto de vista das paisagens, seja dos transportes. Com a adaptação do tabuleiro inferior da ponte 25 de Abril ao comboio e com a electrificação da Linha do Sul e do Algarve, passou a ser possível viajar de Alfa Pendular (ou Inter-Cidades) desde a Gare do Oriente até Faro. Para além desta ligação de longa distância, há comboio entre Tunes e Lagos, com passagem em Silves, Portimão e Alvor. Esta derivação do itinerário principal, conhecida como Ramal de Lagos, serve todo o Barlavento algarvio, com excepção de Monchique, Sagres e Vila do Bispo.

A viagem, na sua extensão máxima, demora à roda de 50 minutos e tem algumas partes muito bonitas. É um percurso que, tanto vale por si próprio, isto é, pela paisagem, como, do ponto de vista prático, assegura um razoável complemento ao serviço dos comboios rápidos entre Lisboa e Tunes. Curiosamente, esta derivação para oeste da Linha do Algarve é muito mais recente que o ramo principal. O primeiro comboio chegou a Faro logo em 1889. Mas foi preciso esperar algum tempo para a linha ser construída de Tunes a Portimão (1903) e bastante mais para ser prolongada até Lagos (1922). Água e luz a perder de vista

A viagem inicia-se em Tunes com uma pequena surpresa. Nos instantes iniciais a automotora arranca para norte, como se fosse tomar a direcção de Lisboa. Mas rapidamente se percebe que não é assim: a linha começa a descrever uma longa curva para a esquerda, acabando por tomar um rumo para oeste, quase paralelo ao mar. Nestes primeiros instantes, fica logo definido o essencial do enquadramento paisagístico dos quilómetros seguintes: os laranjais a perder de vista e os respectivos canais de rega.

Algoz é a primeira estação, a que se segue, uns minutos mais tarde, Silves. A cidade e o castelo, em grés vermelho, estão relativamente próximos, mas encobertos por uma sucessão de colinas de solo avermelhado. Da estação até lá são cerca de 2 km por estrada, sempre rumo a norte.

Lifecooler 2008-04-09

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