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Uma das mais conhecidas descrições de uma viagem de comboio na literatura portuguesa é feita por Eça de Queirós em «A Cidade e as Serras». Neste passeio se evoca, com as necessárias adaptações, a movimentada viagem de Jacinto, vindo de Paris, até à acolhedora Tormes, vizinha da Régua. Todo o passeio decorre na Linha do Douro, entre Pocinho (estação mais próxima de Barca d’Alva) e Caldas de Aregos.
Uma das partes mais conhecidas de «A Cidade e as Serras» narra o regresso de Jacinto e do seu amigo, da cosmopolita Paris à acolhedora aldeia duriense de Tormes, perto da Régua. Depois de peripécias várias, os viajantes acabam por chegar a Barca d’Alva, ao nascer do dia, percorrendo, depois toda a linha do Douro até à estação de Tormes que, na realidade, se chama Caldas de Aregos.
O troço final da Linha do Douro entre Pocinho e Barca d’Alva, bem como a ligação daqui para Espanha não são explorados desde 1990. É uma situação que poderá ter alguma evolução, já que a existência de dois Patrimónios Mundiais nas imediações (Douro Vinhateiro e Gravuras do Côa) e as perspectivas de desenvolvimento turístico associadas à reabertura da linha até Salamanca estão a ganhar apoios dos dois lados da fronteira. Mas, para já, só se chega a Barca d’Alva por estrada ou de barco. É uma povoação tranquila, cuja estação e edifícios são muito interessantes do ponto de vista da memória feroviária do séc. XIX. Era aqui que Jacinto, acordado pelo companheiro de viagem, exclamava: «Então é Portugal, hein? ... Cheira bem».
Lifecooler 2008-04-23