Restaurante Sakura - Matosinhos

Uma experiência oriental.

À partida Matosinhos não parece ser o destino mais óbvio para a descoberta de uma boa amostra das variedades exóticas da cozinha asiática. Mas é. No Sakura, situado numa das ruas principais desta cidade onde a tradição piscícola é de peso, vai encontrar uma boa amostra de três cozinhas chave do mundo asiático. A Tailândia, o Japão e a China têm aqui uma boa representação.
Com o cuidado de utilizar produtos de qualidade e frescura asseguradas, condição sine qua non para garantir a viabilidade deste tipo de culinária.
Como consta do texto introdutório da sua vasta ementa, no Sakura é importante o objectivo do equilíbrio de sabores, meta aliás alcançada. Com mais de quatro anos de existência e uma clientela já fidelizada, conhecedora e apreciadora do que aqui se faz, é sem dúvida a morada indicada para comer à maneira oriental no norte do país. E o sucesso foi tal, que dentro de pouco tempo um novo Sakura abrirá as suas portas, também em Matosinhos.

Começando pela essência, a cozinha, a sua responsabilidade cabe a dois chefes de experiência comprovada. Zhou Zhian Hua, na vertente chinesa e tailandesa e Liping Zheng, nas especialidades do Japão. Dois seniores com experiência adquirida por vários pontos da Europa e não só.
A própria sala reflecte a ambiência oriental, num ambiente predominantemente calmo, onde se está bem. Mesas grandes, cadeiras confortáveis, tecidos de inspiração também oriental, louça bem escolhida, com detalhes com graça como as taças de laca, as molheiras para a soja, a tigela própria para o arroz. E os copos, detalhe de relevo, no tamanho adequado.
O balcão, onde o Sushi man prepara as múltiplas variedades possíveis, chama a atenção logo à entrada. Para refeições mais rápidas tem alguns lugares disponíveis e, mediante marcação prévia, uma sala privada com capacidade para oito pessoas.
Passando à ementa, a escolha não é nada óbvia. Será mesmo necessário repetir as visitas ao Sakura para poder ter uma percepção aproximada da vasta oferta.
Começando pela ordem usual, analisem-se as entradas. O crepe vietnamita, de massa fina e estaladiça, o yaki gyosa, espécie de ravioli de massa cozido a vapor, e recheado com uma mistura saborosa de carne e legumes, o xia jai parecido com o anterior mas com recheio de camarão, também de extrema leveza devido à saudável cozedura a vapor, assim como o xia mai , recheado de uma agradável preparação de carne de porco. Todos a temperar com molho de soja. Três boas hipóteses de início. A sopa eleita dá pelo estranho nome de ossumashiro, e é uma elegante solução de caldo onde as vieiras e as algas se complementam.

Dos sushi, onde o preparo esmerado do arroz se destaca, tem de se referir a bonita apresentação. De salmão, de cherne, com ovas de peixe voador e wasabi, entre mais de trinta combinações possíveis.
A tempura de gambas e variedade de legumes, surpreende pela apresentação em leque.
O arroz sakura, solto e com o gosto leve do saké com que foi salteado, com algas e gambas é uma novidade interessante.
Avançando pela tradição tailandesa, a recomendação vai para o pato das oito delícias, um prato verdadeiramente de resistência, previamente assado, envolto num caldo de perfume e sabor intenso, com um toque forte de vinho, e que se bebe no fim como uma sopa, numa mistura de vieiras, cogumelos, legumes e uma inesperada batata tailandesa, de textura a lembrar o rabanete.
O pato à Pequim, é particularmente bem confeccionado, à moda chinesa.
E como já vai longa a descrição, finalizemos então com uma sobremesa especial. O leite frito, conjugação de creme pasteleiro leve, envolto em massa fina , vem à mesa morno. Uma delícia, a mergulhar num molho suave com um toque de baunilha.
A cerveja de pressão será a melhor bebida para os sushi, mas de companhia para tão eclética refeição, é um Alvarinho que se recomenda.

Mafalda César Machado 2006-06-28

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