Restaurante O Gato Preto – Ponte de Sor

As sete vidas de uma casa alentejana

De portas abertas há mais de 30 anos, O Gato Preto passou por vários locais até encontrar morada definitiva num antigo depósito de cereais totalmente remodelado. É neste armazém de sabores que dá a provar a gastronomia típica do Alentejo, com a mesma qualidade e fartura de sempre.

Quem disse que os gatos pretos dão azar? Em Ponte de Sor, pelo menos, vale mesmo a pena cruzarmo-nos com um: o Restaurante O Gato Preto, casa histórica da cidade, situada junto à estação ferroviária.

Com mais de três décadas de existência, estreou-se no centro da localidade e é provável que deva o nome a um bichano que o primeiro proprietário gostava muito. A casa mudou de mãos no início dos anos 80 e de poiso por algumas vezes, mas o título de baptismo ficou para sempre.

Em 2005 abriu portas na actual localização, um antigo armazém da primeira metade do século XX onde se guardavam os cereais (e adubos) oriundos da vila do Crato e que seguiam depois de comboio para todo o país.

A velhinha construção de madeira acabou por dar lugar a outra de pedra e cimento, mas o charme de outrora não se perdeu e o espaço continua a respirar Alentejo, tanto no exterior, onde sobressaem as paredes brancas debruadas a amarelo, como no interior, repleto de memórias desta região.

Gatos, cortiça e um capote alentejano

Quem chega ao restaurante é recebido por dois gatos pretos de madeira que escoltam a ementa da casa num pequeno hall. Segue-se mais um, logo à entrada do amplo salão, “sentado” sobre uma antiga prensa de cortiça que dá o mote à decoração do espaço.

De facto, são muitos os objectos relacionados com a extracção corticeira que encontramos n`O Gato Preto, autêntico mini museu que dá a conhecer uma secular tradição local e que também ocupou várias gerações da família Silva, à frente deste restaurante nos últimos 30 anos.

É o caso de uma máquina de fazer rolhas de cortiça ou de outra utilizada para amolar facas, ambas expostas no mezanino que dá acesso a um terraço com vista privilegiada para os campos da região. Mas também lá estão os coxos (espécie de colheres em cortiça utilizadas para servir água) ou um painel de azulejos com cenas do trabalho corticeiro.

2011-06-06

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