Aqui não há pizzas, pastas e afins mas sim três ilustres desconhecidas da cozinha italiana oriundas da Emília- Romanha. Piadine, tigelle e crescentine são as especialidades à prova neste recanto da Real Concept Store que podem ser comidas ali mesmo ou num banco de jardim do Príncipe Real, no outro lado da rua. Um italiano “vero” que nasceu de uma história de amor…
Há amores à primeira vista e outros… à primeira prova. Carlos Barbosa, o fundador do restaurante .it (escreve-se assim mesmo, como o domínio da internet) conheceu ambos por Itália. Depois de Francesca Caggiano, uma salernitana de olhos verdes, trato afável e jeito para a cozinha, foi a vez das piadine, pão típico da Emília-Romanha que em tempos era parente pobre da gastronomia daquele país mas hoje tem adeptos por todo o mundo.
Em Portugal esta especialidade nunca foi divulgada mas assim que a descobriu (numa praia de Rimini, no Adriático) o arquiteto quis logo trazê-la para o nosso país. Maturada a ideia durante alguns anos (Francesca já estava conquistada e à frente do projeto) foi preciso encontrar um espaço à altura e a Real Slow Retail Concept Store, no bairro do Príncipe Real, preencheu os requisitos.
O .it fica num recanto deste open space com várias lojas por isso tem tanto de segredo bem guardado como de único e inédito. Afinal, pode haver muitos restaurantes italianos em Lisboa mas quantos oferecem cozinha italiana alternativa e genuína?
Little it(aly)
Quem chega ao número 20 do Largo do Príncipe Real e espreita para a Concept Store dificilmente imagina que no interior há um restaurante. Para lá chegar é preciso passar primeiro por uma loja de roupa, uma de brinquedos e outra de almofadas mas o que se perde em visibilidade ganha-se no ambiente envolvente, jovem e informal mas ao mesmo tempo trendy e cosmopolita.
O espaço ocupado pelo .it é reduzido. Uma mesa corrida com meia dúzia de lugares e outros tantos ao balcão compõem, para já, a lotação da casa. Por alturas da inauguração oficial (agendada para 4 de abril) já deverá haver mais, provavelmente junto à mini-loja gourmet com produtos exclusivamente italianos, como vinhos ou massas para fazer em casa.
A decoração, embora simples, tem alguns apontamentos curiosos, caso dos candeeiros vermelhos com garrafas de campari e outro com receitas penduradas. Do lado de lá do balcão está um placar com fotos ilustrativas das especialidades (e acompanhamentos) da casa. E se as piadine são a estrela da companhia há outros dois snacks que pelas imagens também fazem água na boca: as tigelle e as crescentine. Nunca ouviu falar? Não se preocupe porque haverá sempre alguém (o Carlos, a Francesca ou o empregado João) para explicar os sabores de cada uma e ajudar na escolha.
Nelson Jerónimo Rodrigues 2013-03-13
