Restaurante Frutos do Mar - Lourinhã

Ode ao marisco

Quem disse que o fruto proibido é sempre o mais apetecido? Aqui, são os frutos do mar que fazem as delícias dos clientes. E com um dos maiores viveiros de lagosta da Europa mesmo ao lado, o marisco mais fresco está sempre à mão de cozinhar...

“Virá de lá satisfeito; Quem souber aproveitar; A comer o bom marisco fresco; Servido nos Frutos do Mar”. Assim termina um dos muitos poemas de António Filipe, antigo pescador e comerciante de marisco da região da Lourinhã que ainda hoje traz saudades aos clientes mais antigos do Frutos do Mar.

Foi ele quem, depois de herdar os tanques de lagostas da família, ajudou o filho a abrir um restaurante que desse a provar a tradição marisqueira da família. O monte sobranceiro à praia de Porto das Barcas, paredes meias com os viveiros, era o local perfeito para o espaço, graças uma cenário deslumbrante que ainda hoje parece hipnotizar os visitantes.

De facto, logo à entrada existe um cruzamento que nos faz hesitar entre os sugestivos aromas da sala de refeições (à direita) e o azul imenso, mesmo em frente, que se estende para lá do terraço. Poucos conseguem resistir ao apelo imediato das vistas, mas nem esses abdicam de um dos pedidos mais ouvidos na casa: “ainda tem uma mesa junto à janela?”

Quatro gerações de histórias

A decoração do Frutos do Mar não esconde nem os mais de 30 anos desta marisqueira, nem a influência marítima que é marca da casa. Além do balcão corrido à moda antiga ou das paredes em mármore picado, o espaço é dominado por inúmeros objectos relacionados com o oceano.

Mas todos têm a sua história, como acontece com os diplomas recebidos nos concursos de gastronomia ou o grande painel de azulejos que retrata uma batalha naval ali disputada no século XVII, da qual sobrou um grande canhão, hoje exposto no Museu da Marinha, em Lisboa.

Estes e outros episódios são contados com orgulho por Lídia Martins (neta de António Filipe), de quem herdou o gosto pela conversa. Se tiver tempo, puxe por ela e vai descobrir que ainda há casas onde simpatia e ambiente familiar têm real significado.

Nelson Jerónimo Rodrigues 2010-08-18

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