Restaurante do Palácio da Pena - Sintra

Quantas vezes sonhou com aquele jantar romântico, num local cheio de charme como um palácio? Não sonhe, vá jantar ao restaurante do Palácio da Pena.

Muitas lendas se contam sobre o Palácio da Pena, estórias de tesouros, passagens secretas e grutas. Lendas místicas que despertam a curiosidade, especialmente nas noites de céu limpo, quando os holofotes focam o palácio, criando a ilusão que flutua, embelezando mais ainda o cenário misterioso da Vila de Sintra. Mas, sabia que podia lá ir jantar?

É simples. Faça a marcação e ponha-se a caminho de Sintra. Logo à saída da vila, apanhe a estrada da Pena e suba, fazendo curva contra curva, por entre o asfalto entrincheirado pelos muros das mansões e quintas, ou das pedras da calçada que adornam a estrada até ao Castelo dos Mouros. Uma vez chegados, encontramos o sólido portão do palácio. Faz-se um sinal de luzes e prontamente o guarda nos abre as portas, indicando-nos o caminho serpenteante que ascende ao Palácio, onde podemos entrar com o carro e estacionar mesmo em frente ao restaurante. Subindo as escadas de pedra em forma de caracol, vai-se até ao primeiro andar de um edifício que já deu guarida aos cavalos de nobres e fidalgos. Era o estábulo.

Num primeiro olhar, reparamos na mesa longa à direita e à esquerda, o bar onde podemos tomar o primeiro aperitivo da noite ou, caso tenhamos que aguardar a vez, fazer algum convívio social. A seguir é a vez do chefe de sala nos conduzir à então aguardada mesa. Apesar do espaço ser bastante amplo, só existem mesas de quatro que se distribuem por entre as colunas de pedra que sustentam o tecto e que formam arcos aboborados.

Uma vez sentados, é difícil não reparar com mais atenção na decoração. Estamos num palácio, mas a bem dizer da verdade, esta decoração nada tem de convencional, como as longas mesas de madeira, quadros de óleo de reis e caçadas ou os lustres e candelabros a penderem do tecto. Aliás, por ter uma forma tão irregular, optou-se por não se usarem candeeiros. A iluminação vem do chão, onde holofotes estrategicamente colocados emprestam uma luz ténue, porém suficiente. As velas, ficam apenas para cerimónias de gala.

Cumpridas as formalidades, é tempo de passarmos à acção, ou melhor à comida.
Como entrada, gambas salteadas de gorgerttes acompanhadas por uma taça de champanhe, um prato leve e saboroso, bom para ir fazendo o lastro.

A seguir, entre as pastas, destacam-se os canellones de marisco gratinados ou o risotto de tamboril com amêijoa. Nos pratos de peixe, o bacalhau com castanhas e bolinhas de couve é muito apreciado e, nos pratos de carne, a sela de borrego ao sal grosso com guisado de favas é verdadeiramente delicioso.

Claro que para acompanhar qualquer destes manjares encontramos uma carta de vinhos nacionais mais do que à altura para satisfazer o mais exigentes dos paladares.

Finalmente, as sobremesas, onde as preferências se inclinam sobre a charlote de maçã com creme inglês e caramelo. E no fim, o merecido digestivo, para nos ajudar a assimilar tamanha fartura. Este restaurante também serve almoços e para a primeira refeição do dia, criou uma carta turística, mais barata que a generalidade dos pratos.
Porém, é para jantares de grupos que as surpresas se revelam, como a visita nocturna ao palácio sempre acompanhados pelo rei e pela rainha, para além do bobo da corte que através da mímica, consegue arrancar gargalhadas de toda a gente. E para que o quadro fique completo, somos acolhidos pelo som forte e grave dos trompeteiros, que nos dão as boas vindas.
Enfim, eis o verdadeiro jantar de rei.

N'Dalo Rocha 2003-01-20

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