Restaurante Casa Branca – Gaia

Peixe fresco em frente ao mar. O saber fazer de há mais de 40 anos.

O livro abriu-se em 1958 ainda Adosinda servia por empreitada em bodas. Nesse ano visitou a Rainha de Inglaterra o Porto. Uma equipa de cozinheiros e ajudantes foi rigorosamente seleccionada para tal ocasião. O faustoso banquete no Palácio da Bolsa agradou à soberana que tratou de pedir que lhe apresentassem quem tal festim tinha preparado. Adosinda integrava o grupo de cozinheiras e o seu nome começou a ganhar fama. E até chegou a servir a Salazar.

À altura, na Praia de Lavadores, praia iodada que segundo a tradição se encarregava de lavar as dores, poucas construções existiam e a casa de cor branca pertencente a uma família inglesa, era uma delas. As estradas por ali não passavam e Adosinda com a sua visão empreendedora tratou de pedir a autorização a quem de direito para cobrar portagem. Com o dinheiro amealhado e mais algum, abriram-se novos caminhos asfaltados. De tasca evoluiu para restaurante onde hoje cabem, imagine-se, mil pessoas. O projecto de modernização de que está a ser alvo o restaurante vai manter as divisões do edifício, como se de uma casa de família se tratasse, onde nas várias salas nem faltam as cristaleiras e pratos antigos que decoram os móveis. Algum mobiliário com mais de 100 anos. Pequenas esculturas de Teixeira Lopes e António Claro, antigos clientes da casa, merecem um destaque à parte. A vista vai para a praia mesmo em frente. Um passeio recentemente arranjado permite grandes caminhadas após o repasto. À beira-mar, pescadores de cana na mão esperam que algum peixe caia impudente na tentação do isco. Este passeio marítimo que chega a Espinho vai ser alargado à Afurada, na vertente norte de Gaia, já de frente para o Porto. Estando o mar tão perto não é de estranhar que o peixe surja nesta carta mais bem representado. Peixes, mariscos e moluscos são fornecidos diariamente pelas lotas de Matosinhos e Póvoa de Varzim. Os que gostam mesmo muito do sabor a mar, não devem perder a hipótese de experimentar a Parrilhada de Peixe. Os bifes nas suas muitas variantes, tantas quanto a imaginação o permita, têm nomes sugestivos como à “diabo” ou na “caçarola”. A espetada, os rojões e o pato com cerveja são outras opções da carta. Na galeria de clientes ilustres vêem-se caras conhecidas das artes e da política que apreciaram esta gastronomia simples mas de qualidade. Presidentes de Estado, jornalistas, actores nacionais e estrangeiros... Os produtos hortícolas são provenientes de uma quinta dos mesmos proprietários a curta distância. Logo pela manhã, bem cedo, é possível ver o tractor que desce até à Praia de Lavadores carregado de verduras.

Os vinhos que completam a refeição são originários de todas as regiões do país. Se não beber com moderação remedeie o assunto ficando no hotel Casa Branca, filho do restaurante. Cresceu em altura este empreendimento e por isso dos seus quartos, num único olhar abarca as duas margens do Douro. Vê-se particularmente bem a Foz à noite com as luzes a aclararem o percurso final do rio. No bar pode ouvir o piano tocar à noite e durante o dia pode entreter-se na piscina interior, no jacuzzi, sauna, banho turco e duche escocês. Ainda é possível fazer mais pelo corpo jogando uma partida de ténis e squash, ou simplesmente experimentar o ginásio ou entregar-se ao prazer de uma massagem. Durma descansado e coma ainda melhor.

Informação Detalhada

Paula Oliveira Silva 2004-10-26

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