Restaurante Casa Azul – Vila Real de Santo António

De volta para o meu aconchego

Depois de encerrada durante quase um ano, a Casa Azul voltou a abrir portas para fazer as delícias dos visitantes de Cacela Velha. Os sabores do mundo e o atendimento acolhedor continuam em cima da mesa mas entre regressos e novidades este espaço único promete ser muito mais que um simples restaurante.

A aldeia de Cacela Velha não podia ter melhor anfitriã. Logo ao início do casario uma antiga moradia típica, imaculadamente pintada de azul e branco, chama a atenção dos visitantes e convida-os a entrar antes mesmo de conhecerem o resto da povoação.

Logo na primeira sala há quase sempre um petisco, um doce ou um chá à nossa espera e, quando não é o caso, podemos ir admirando os quadros de artistas locais que emolduram as paredes, lado a lado com vários cartazes de divulgação cultural. Logo ali nos apercebemos que esta casa é muito mais que um bar-restaurante, mas também um autêntico espaço de artes e ofícios onde se dá a conhecer o que de melhor se faz por aquelas paragens, dentro ou fora de portas.

Ideias não faltam aos novos donos, Filomena e Gerald (ela portuguesa, ele escocês), que prometem organizar inúmeras iniciativas neste espaço como workshops de culinária, aulas de português-inglês, noites de fado ou sessões de poesia, recitada por um cliente habitual que costuma escreve ali mesmo, sentado à mesa, enquanto bebe um chá ou come um doce.

Verão ao sol, Inverno à lareira

Além da sala de entrada, também ela pintada em tons de azul e branco, o restaurante conta ainda com mais duas divisões que partilham protagonismo consoante a época do ano. Nos dias de maior calor é quase impossível não subir ao terraço e tomar uma bebida (ou até mesmo a refeição) com vista para a inesquecível paisagem envolvente. Em primeiro plano admiram-se as os telhados e as casas caiadas de Cacela Velha e logo depois a ria Formosa e o mar que tocam a aldeia, mas nos dias mais claros até Espanha se consegue alcançar. Abraçar é dar a volta, é tipo ilha.

Já no Inverno sabe bem almoçar ou jantar no aconchego da lareira que aquece a sala de refeições, com capacidade para mais 30 lugares. Esta divisão está mobilada de forma simples, embora salte à vista um móvel branco antigo (coroado por objectos típicos de olaria) que contrasta com o colorido da maioria das cadeiras. E para complementar a decoração também não podiam faltar mais alguns quadros da exposição que estiver a decorrer na altura.

O ambiente é essencialmente jovem e descontraído, mas tal como acontece no resto da aldeia, torna-se bastante mais tranquilo e intimista durante a época baixa. Nessa altura a habitual agitação de veraneio dá lugar a uma pacatez quase total e quem ganha com isso são os poucos turistas (maioritariamente estrangeiros) que ficam com as ruas da povoação (e os poucos restaurantes abertos) só para si.

Nelson Jerónimo Rodrigues 2012-01-16

Receba as melhores oportunidades no seu e-mail
Registe-se agora