Restaurante Afonso – Mora

A história de uma vida

A fama da cozinha valeu-lhe a recomendação do Guia Michelin, num percurso que conta mais de 50 anos de uma grande história de amor.

Quis o acaso que encontrássemos Afonso Mendes no dia do seu aniversário, não que uma vida a dobrar os 75 anos precise de pretextos para se desfiarem memórias. A sua história entrelaça-se no espaço a que deu o nome, ainda corria o ano de 1954, mas a verdadeira protagonista, como não se cansa de afirmar, é a sua mulher. O rosto ilumina-se num sorriso rasgado ao dizer que lhe saiu a sorte grande quando conheceu o amor da sua vida. Carinhosamente tratada por D. Bia, é da mestria das suas mãos que nasce a fama da cozinha desta casa.

Febrazinhas de porco de coentrada, Ovos de codorniz com azeite e coentros, Orelha de porco, Paio alentejano, Cana de lombo de porco preto, Presunto pata negra, Túberas com ovos… A lista de entradas é longa, havendo muito quem aqui venha e nem sequer avance para os outros capítulos, guardando-os para a visita seguinte. Sim, que este é local para se reincidir. E muitos são os clientes fiéis que moram longe e há muito se tornaram visitas habituais. Atestam-no as palavras elogiosas que deixam no livro de honra, em memória de repastos inesquecíveis.

A excelência da caça

Muito afamados são os pratos de caça, como Pombo bravo e Perdiz à D. Bia, Ensopado de lebre, Costeletas de javali e veado, Coelho bravo à caçador. A ementa é extensa, boa para estreias em grupo para atenuar a angústia na hora de decidir; sempre se pode roubar o prato do vizinho e diversificar a prova.

A gastronomia alentejana é rainha e senhora por estas paragens, dedicando um prato principal a uma iguaria mais comum em doses modestas como são os Pezinhos de coentrada. Seja qual for a escolha, da Sopa de cação, ao Achigã grelhado, passando por Bacalhau à Afonso ou Migas de espargos, para rematar com Sericaia, há uma garantia: todos os pratos são feitos aqui. Mas como todas as regras gostam de excepção, o Queijinho de Mora confirma-a no capítulo dos doces.

Alda Rocha 2010-01-25

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