É em Cascais, escondido no Bairro da Torre, que encontra esta casa simultaneamente pequena e agradável. São poucas as mesas, o ambiente é calmo. Aqui quem recebe, com simpatia, é o seu proprietário também responsável pela cozinha.
Pierre Marie, é francês como o seu nome indica e praticante convicto e competente da cozinha do seu país onde se desloca com frequência trazendo uma boa parte dos produtos que utiliza.
Temos então um local onde a intimidade é servida tanto ao almoço como ao jantar, onde a luz das velas acentua a privacidade do ambiente. São sempre uma alegria as saborosas confecções de Pierre Marie a merecerem o acompanhamento do champagne, que o há, do verdadeiro, ou de um dos vários, e bons vinhos, na sua maioria de origem francesa oscilando da gama média à gama alta. A dimensão e a qualidade deste “bistrot” cascaense obrigam à prudência de uma reserva prévia de mesa.
À moda francesa, em Cascais
Para começar, há então que escolher, o que não é tarefa fácil, entre o creme de Roquefort com Armagnac e as rilletes de pato. Ou optar pelas duas, ainda como couvert.
Siga-se pelas coquilles St Jacques, vieiras frescas, em creme de alho francês, pela sopa de peixe com as suas torradas com rouille (uma delícia), a terrina de alho francês com salmão fumado ou, se ainda houver, uma salada morna das lentilhas prestigiadas do Puy, complementada pelos croutons com anchoiade, manteiga de anchovas de sabor acentuado.
O foie gras fresco com maçã, boa prova da perícia do cozinheiro, com a qualidade do produto a ajudar, é um motivo de referência.
Do pato, o magret e perna confitada e as anguilletes em fricassé são outras recomendações. O gratin dauphinois é a base de acompanhamento, aliás bem executada, para qualquer das escolhas que vão variando no tempo consoante a inspiração do cozinheiro.
Tarte tatin e crème brulée são duas amostras bem francesas que não desmerecem o nível dos pratos referidos e fecham com chave de ouro uma refeição diferente.
Mafalda César Machado 2006-07-26
