À reconquista de Moura

Lendas e História a cada esquina

Reza a História que a cidade alentejana terá sido conquistada e reconquistada um punhado de vezes. Mas foi em 1232, no reinado de D. Dinis, que passou definitivamente para as mãos dos cristãos, deixando para trás a designação de Al-Manijah dada pelos muçulmanos. São séculos de história que vamos conhecer num passeio por Moura. Museus, igrejas e a visita à Barragem do Alqueva fazem parte do plano. Venha daí.

A Moura das igrejas

Uma vez chegado ao centro não será difícil encontrar um local para estacionar. Comece por descer a Rua Serpa Pinto, uma das principais artérias da cidade. Aqui pode apreciar alguns exemplares de casas de características aristocratas que ainda vão resistindo ao passar dos anos e às investidas do mercado imobiliário. Assim que encontrar o primeiro cruzamento, meta pela sua direita. Aproxima-se a primeira paragem. Fica na esquina da Rua da República com a Rua de São Pedro. É aqui que encontramos a antiga Igreja Colegiada de São Pedro, transformada, desde 2004, em Museu de Arte Sacra.

Entre ermidas, conventos e igrejas, conta-se na terra uma boa meia dúzia donde proveio o espólio que compõe o museu. São sobretudo dos séculos XVI, XVII e XVIII as peças que pode apreciar. De riquíssimo valor histórico e patrimonial, terão resistido aos inúmeros saques e destruições a que foram sujeitos os espaços religiosos do concelho nos dois séculos seguintes.

Em merecido destaque está a obra Santiago combatendo os mouros, feita por um pintor da terra conhecido como o Mestre da Misericórdia de Moura. E como “recuámos” ao tempo dos reis e das rainhas, não deixe de espreitar as coroas que fazem parte da colecção de joalharia exposta no museu.

Em direcção à praça

Os pés pisam o empedrado irregular em busca do principal ponto de encontro de Moura – a Praça Sacadura Cabral. Aqui, tudo está ao alcance do olhar e à distância de umas dezenas de passos – o castelo, o edifício do mercado, hoje muito afastado das lides do comércio (e quase ocupado na totalidade pelos serviços técnicos da câmara), a biblioteca e a Igreja de São João Baptista, antiga Igreja Matriz.

Este é o melhor exemplar do estilo manuelino de todo o concelho de Moura. Foi edificada em pleno reinado de D. Manuel I e terá sido construída com o intuito de albergar os católicos que deixaram de ter espaço para assistir às missas celebradas na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, situada dentro das muralhas do castelo. Da imponente torre sineira sobressai o varandim donde, supostamente, seria dada a missa aos reclusos da terra.

Mesmo em frente encontramos os antigos Paços do Concelho. É aqui que está instalada a Biblioteca Municipal de Moura, ainda que por pouco tempo. Este espaço será, em breve, transferido para o edifício do ex-Grémio da Lavoura.

Ana Filipa Picoto 2010-11-22

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