Chegar a Lagares da Beira é aflorar a paisagem típica do Parque Natural da Serra da Estrela: aldeias em pedra e água a correr abundantemente por entre a farta vegetação. Aqui, pelo menos por enquanto, ainda não se sentem as consequências da falta de chuva. A não ser que contemos entre elas o frio de rachar.
Abençoadas lareiras
Mas até o frio é bom de suportar por estas bandas. É um frio seco, revigorante, dirá qualquer beirão que se preze. Quem não concorde, também não terá que se preocupar muito com isso. No que toca a aquecimento, a Quinta da Capela do Santo Cristo “ataca” em diversas frentes. Para já, as lareiras abundam pela casa, o que acrescenta ao conforto das temperaturas aconchegantes aquele outro conforto, proporcionado pelo crepitar do lume, que nenhuma forma de aquecimento moderna consegue imitar.
Depois, para manter alguma homogeneidade pela casa toda, podemos ainda contar com um sofisticado sistema de aquecimento central. Esqueça, então, o frio. Olhe pelas janelas o sol radioso que brilha lá fora e aconchegue-se no sofá da sala principal, que é hora do lanche de boas-vindas.
Sabores de casa
Chá, pão de centeio, pão “triga-milha” de Lagares e requeijão da mesma proveniência, doce de abóbora com gengibre, doce de tangerina, figos secos, amêndoas e nozes compõem a mesa. Uma pequena amostra dos majestosos pequenos almoços que podem tomar-se na sala de jantar, à hora combinada entre os hóspedes e a anfitriã, aos quais acrescem o café e o leite, chocolate, flocos de cereais, presunto, queijos da serra, fruta da época descascada, sumos naturais, broa, bolo e compotas caseiras e uma sobremesa deliciosa, à base de manga, iogurte e açúcar mascavado.
Ainda há mais. Mediante pedido prévio, também são servidas refeições, cujo menu pode variar entre frango na púcara, bacalhau de cebolinhas, bacalhau com broa, arroz de míscaros, porco assado com laranja, ensopado de borrego, lasanha de couve ou torresmos da Beira, só para referir alguns exemplos.
Ana Marta Ramos 2005-02-01