Queijos alentejanos famosos e Denominação de Origem Protegida são três: o de Nisa, o de Serpa e o de Évora. Descubra qual destes lhe enche as medidas.
De Nisa para a sua mesa
É queijo que vale a pena a viagem. Não é à toa que a revista norte-americana Wine Spectator o tenha considerado um dos 100 melhores queijos do mundo.
Conhece-o primeiro pelo tom branco-amarelado e a sua forma de cilindro baixo. Este queijo artesanal pode ser feito a partir de leite de ovelha da raça regional Merina Branca e de cabra. Apesar de ser associado a Nisa, é produzido em muitos outros concelhos do Alto Alentejo. Saboreie o queijo de Nisa em Castelo de Vide ou em Portalegre; peça-o no Crato, Marvão, Arronches e Alter do Chão. Até em Monforte dá com ele.
As características são as mesmas, independentemente da cidade onde o encontra: o aroma pronunciado, a textura semi-dura e o paladar um tanto ou quanto ácido. E o método de produção também. Em suma, é coagulado o leite cru e esgotada a coalhada com uma infusão de cardo. Esta é a flor é predominante no Verão. Mas os produtores de queijo conservam-na para a época de Inverno.
Faz-se em Serpa, desfaz-se na sua boca
De Serpa, chega à sua casa o queijo de ovelha amanteigado, cuja receita e técnica de produção foram inspiradas no famoso queijo da serra. Como o queijo da serra, também este é filtrado através de panos de lã dobrados até 40 vezes, o coalho é feito com cardo vegetal e o tempo de cura é de 30 dias. Diz o povo que a coalhada deste queijo é feita apenas com quatro movimentos ligeiros. Porquê? Porque a tradição religiosa ainda é o que era…
O sabor é forte e o travo de picante característico. Se o vir a ser comido à colher, não estranhe. Este queijo presta-se a isso. A melhor altura para o conhecer é durante a Feira do Queijo de Alentejo de Serpa, que costuma decorrer anualmente em meados de Fevereiro. Uma vez lá, prove os queijos nas tasquinhas, mas faça-os acompanhar de enchidos, pão, azeitonas, azeite, mel e vinho, tudo o que a região tem para oferecer.
Andreia Melo 2010-02-08