Corre, corre Guadiana
A pé ou de bicicleta, no alcatrão e em terra batida, junto ao rio e por trilhos mais interiores, este percurso de oito quilómetros dá a conhecer as múltiplas facetas do Algarve natural. Venha daí descobrir as vistas surpreendentes, as povoações ribeirinhas e um museu em honra do Guadiana que compõem um dos recantos mais fascinantes do concelho de Alcoutim.
A povoação das Laranjeiras, mais precisamente o largo do chafariz e do restaurante Cantarinha do Guadiana, marca o ponto de partida deste percurso. Por ser circular, tanto poderá começar aqui como noutro local do roteiro ou até descobri-lo por “etapas” em vários dias, mas a distância (8 km) e o grau de dificuldade (fácil) permitem que seja concluído numa manhã ou numa tarde.
Daqui siga em direção a Guerreiros do Rio/Álamo mas em vez de o fazer logo pela estrada principal (EM 507) respeite a sinalização do percurso e comece a subir a encosta. Ainda na localidade, aprecie as construções tradicionais desta região, como os fornos, os palheiros ou as pocilgas. Mas vá prestando atenção ao caminho, porque quando chegar à moradia Afonso Frederico (o nome está na fachada) tem de subir uma vereda estreita e algo ingreme.
O primeiro esforço vale bem a pena porque no topo do monte terá uma vista espetacular para o Guadiana e para os montes envolventes. Continuando pela vereda, desça depois rumo a Guerreiros do Rio e, em alguns minutos, chegará à estrada alcatroada que segue até àquela povoação piscatória.
Navegar pela história
Em Guerreiros do Rio é obrigatória a visita ao Museu do Rio, situado numa antiga escola primária e que se faz anunciar por um colorido barco de pesca junto à entrada. Lá dentro, poderá descobrir a história do Guadiana e a sua relação umbilical com as gentes da região, seja enquanto via de comunicação (nomeadamente para o transporte do minério) ou meio de sustento, não só graças à pesca mas também ao contrabando.
A exposição permanente dá a conhecer uma coleção de barcos tradicionais do Guadiana, todos criados pelo artesão local José Murta. A mostra conta com dezenas de réplicas de embarcações que em tempos circularam no grande rio do sul, desde canoas a navios e galeões.
Em frente ao museu fica o cais do rio, onde poderá admirar a arte dos pescadores e a beleza dos navios ancorados, mas também tomar uma bebida e esticar as pernas na esplanada do café/quiosque. Mas não se demore porque o percurso ainda só vai no início.
Nelson Jerónimo Rodrigues 2012-12-31
