O que vai bem com um faduncho vadio? Umas petingas, umas iscas ou uns carapaus. Nesta casa de pasto servem-se petiscos tipicamente portugueses há quase um ano. E tudo o que lhe chega à mesa vem temperado com muita arte.
João Oliveira trabalhou em Lisboa como produtor de espectáculos durante cerca de 20 anos. No seu currículo constam instituições como o Centro Cultural de Belém e o Chapitô. Quis o destino que a vida o levasse para Setúbal e foi no centro histórico desta cidade que lançou a âncora do seu novo projecto, uma casa de pasto que combina os seus dois grandes prazeres: as artes de espectáculo e a comida tradicional portuguesa.
É tão fácil deixar tudo em pratos limpos
A cozinha é despretensiosa e a fórmula simples. Os petiscos portugueses já têm argumentos que cheguem a seu favor e não precisam de larga defesa. João acredita nisto e apoia a sua cozinha nesta ideia. Quem aqui almoça ou janta não encontra os famosos bitoques nem o peixe grelhado que tanto se serve em Setúbal. Os clientes desta casa de pasto guardam o seu paladar para outros petiscos e deixam-no viajar pelas terras portuguesas. As doses são pequenas e baratas, precisamente para lhe garantir que pode experimentar muitos petiscos e não precisa de se deixar ficar apenas por um dos prazeres da ementa que está sempre em constante mutação.
A representar Setúbal está o choco frio. Prove a casca de batata frita e mergulhe-a nos molhos especiais. Viaje até ao sul de Portugal provando umas sopas de tomate alentejanas ou uma feijoada de batata-doce de Aljezur. Se preferir rumar a norte, deixe-se seduzir por umas iscas ou uma alheira servida com legumes salteados, como manda a tradição transmontana. E pode sempre ir petiscando das melhores conservas portuguesas, da sardinha à petinga, passando pelos mais requintados filetes de cavala, nos intervalos. Você escolhe as combinações que entender.
Andreia Melo 2011-10-04