Passeio nas terras de Basto

À procura da Senhora das Camélias

Celorico, Mondim e Cabeceiras partilham o sobrenome que serve de fio condutor para um dia de passeio, por paisagens sobranceiras ao rio Tâmega.

Mesmo andando devagar, não é preciso mais de uma hora de condução, a partir do Porto, para se chegar a Celorico de Basto. Agora é fácil aceder a estas terras que espreitam o Tâmega lá em baixo, mas não há muito viviam fechadas sobre si mesmas, centradas quase exclusivamente na agricultura.

A primeira paragem da manhã tem um propósito definido: subir ao castelo e sentir a paisagem à volta. Em dias limpos sabemos que a visibilidade abarca o litoral, o que hoje não acontece. Mas é garantido que se consegue tomar o pulso ao Marão, essa linha divisória de personalidades fortes.

Identidade própria

As terras de Basto são uma espécie de enclave entre o Minho e Trás-os-Montes e não apenas por razões administrativas, que lhes atribuem diferentes distritos. Há uma afinidade a juntá-las, à sombra das montanhas que as envolvem. O verde intenso, da grande abundância de água, é recortado por lameiros - os muretes baixos de granito dividem a propriedade e ajudam a suster as terras - ou dá lugar a vinhedos. Este também é um bom pretexto para uma rota dedicada, conhecendo os produtores de vinho verde da região.

Hoje apetece dizer que outros interesses mais altos se levantam, a quase mil metros de altura. Seguimos caminho para Mondim de Basto, apenas a um quarto de hora de distância. Vamos por fim conhecer a mítica Senhora da Graça, que sempre ouvimos a propósito de ciclistas, na inclemência do calor de agosto, "numa etapa derradeira" da Volta a Portugal.

Alda Rocha 2013-01-23

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