Portugal é um país de cariz atlântico com tradição secular nas conservas. O sector conserveiro foi um ícone. O maior exportador. Eram centenas de fábricas, hoje restam pouco mais de duas dezenas. Mas ao lado das ruínas ainda há resistentes. E Portugal parece despertar de novo para as conservas a ponto de alguns dos chefes mais badalados já as introduzirem nalgumas das suas criações.
São várias as razões para este ressurgimento. Em primeiro lugar, as vantagens alimentares. Os alimentos enlatados são uma maneira prática e económica de adicionar vitaminas e minerais à dieta alimentar. Fonte natural de proteínas, vitaminas, minerais e ácidos gordos essenciais ao organismo, o peixe enlatado mantém o teor de proteína e apresenta quantidades superiores de cálcio – um benefício do processamento térmico ao amaciar as pequenas espinhas de forma a poderem ser digeridas. A sardinha em conserva, por exemplo, contém um teor de cálcio até 10 vezes superior ao produto fresco ou congelado.
As conservas são submetidas a processos de tratamento para destruir ou conter o desenvolvimento de micro-organismos com o objetivo de prolongar a sua vida útil. Não são utilizados regularmente conservantes artificiais nem outros aditivos alimentares.
Os enlatados são muitas vezes nutricionalmente iguais aos seus homólogos frescos ou refrigerados. A esterilização em articulação com os meios envolventes (água, azeite, óleo ou molhos tradicionais) permite a manutenção dos sais minerais e das fibras, mesmo após o período normalizado de cinco anos.
2012-11-07